A ejaculação verbal precoce é tão prejudicial quando a impotência mental. Mas, acostumados às conspirações de alcova, há quem não se dê conta de que outro é o mundo em que vivemos, onde o que se discute não são as pessoas e sim a diversidade de concepções que elas possam ter a respeito das instituições que as governam. E, também inaceitável, não há que se confundir cada um de nós com a própria norma que criamos para um concenso. Porque divergir não é confrontação; é, antes, acréscimo que se faz á discussão necessária ao futuro antecipado. Quem sabe, fazer a hora é mesmo fazer acontecer? Ou o conforto do eterno regresso tem passagem garantida na manutenção da ordem pela conveniência?
O grande problema - e talvez o único da humanidade é terem nascidos os homens com atrofiamento de um dos órgãos sensoriais, o da audição; parece que ouvindo mal também falam mal. Se é o cérebro estimulado pelo ouvido, é surpreendente que ainda exista gente com a faculdade de pensar. Não raro, quer-se impedir a voz, como se as palavras tivessem o poder de ferir uma integridade até então não conhecida. Definitivamente, não é possível ofender a honra de quem não a tem, não se pode afrontar a dignidade de quem jamais a conheceu, porque nunca a exercitou. Porque esses sentimentos adquirem-se potencialmente, porém somente são desenvolvidos pela disposição ao seu exercício. (Marcus Moreira Machado)
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