Esperar de um projeto político a redenção da humanidade é crer na improvável hipótese da existência de alguns poucos homens melhores que os demais. Nesse caso, ainda é mais prudente traduzir "carisma" por uma "faculdade sobrenatural"; e, definitivamente, nesse sentido nenhum líder a tem. Quando muito, aqui e ali despontam dirigentes mais hábeis em psicologia das massas, o que de fato é mais carreado para a manipulação pura e simples do que para a condução honesta e progressista. A advertência de Thomas Merton, em "A Montanha dos Sete Patamares" é, no momento perfeitamente cabível: "continua a ser... ingênuo supor que membros da mesma espécie humana, sem haver mudado nada a não ser suas mentalidades, possam dar uma volta súbita e produzir uma sociedade perfeita, quando nunca puderam no passado produzir nada a não ser a imperfeição ou sequer a menor sombra de justiça".
E, mesmo em se tratando de alguma mudança operada no estado psicológico de homem contemporâneo, essa evolução não significa exatamente progresso. Antes, o que se constata é a sua redução aos estreitos limites do egocentrismo, a gerar a mais significativa frustração do indivíduo perdido em si mesmo. Por isso "o paradoxo da solidão moderna... em que aqueles que só amam a si mesmos odeiam estar consigo mesmos".Se há alguma esperança concreta, ela não reside na ignorância!!! (Marcus Moreira Machado)
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