REMETENTE e DESTINATÁRIO alternam-se em TESES e ANTÍTESES. O ANTAGONISMO das CONTRADITAS alçando vôo à INTANGÍVEL verdade.
quinta-feira, 13 de dezembro de 2012
QUINTA-FEIRA, 20 DE DEZEMBRO DE 2012: "POLÍTICA TRÊS POR QUATRO"
Brasileiro que é brasileiro adora discurso - ouví-lo e fazê-lo. Temos esse dom dos artistas, a criatividade, a verve. Se assim não fosse não seríamos tão imaginosos na assimilação da compulsória convivência com duas moedas simultâneas, desafiando leis básicas da Economia e fundamentais preceitos constitucionais. E, por isso tudo e mais um pouco, buscamos purpurina e muito brilho, bastante longe do mínimo tamanho reservado ao formato três por quatro da propaganda eleitoral, onde a imaginação foi suprimida, dando lugar a instantâneos que apenas traduzem um sobrehumano esforço no sentido de convencer a platéia.
Se há algo de admirável no norte-americano é, certamente, a sua inegável democracia interna. Os gringos não se envergonham de ser lobistas, quando isso deva ser o mais correto e sincero num político. Cá entre nós, o mesmo procedimento é condenado como conduta desonesta. Um absurdo! O parlamento não deveria existir se não existisse para grupos exercerem pressão uns sobre outros. Negar essa sistemática é ser o verdadeiro populista demagogo: aquele que não assume a benéfica qualidade de corretor dos interesses nacionais, vendendo o seu peixe por um bom preço, não é político, porque não sabe o que é 'polis'. E, no caso, todo bom político-corretor (ou lobista) necessita de espaço, como qualquer outro camelô que na Praça da Sé expõe e vende o seu artigo colocando a boca no trombone. Eis o desafio: informar e formar opiniões.
Diante de tanta pretensão descabida, os candidatos a alguma coisa por esse país afora não conseguiriam nem um trocadinho se dependessem de sua 'arte' para ganhar a vida, como fazem alguns repentistas no Nordeste brasileiro ou alguns negros nos subúrbios novaiórquinos. De ôlho no texto, via de regra esses candidatos mais parecem um bando de estrábicos, com a visão dividida por entre as extremidades da telinha da tv, perdendo toda a espontaneidade, mal acostumados com aparições mais próprias aos atores e jornalistas.
Mal produzidos, mal dirigidos, os candidatos a ator televisivo morreriam de fome não fosse a oportunidade de também se mostrarem nos chaveirinhos, canetas, bóttons e uma infinidade de bugigangas do tipo 'é de graça eu também quero'. Sozinhos no picadeiro, esses artistas mambembes são arrelias de pouquíssima bilheteria, co-produzidos pelo zelo da falsa democracia que pretende dar a ilusória igualdade de oportunidades a petistas e dentistas, a enéias e centopéias.
Essa ideia meio socialista de querer acreditar que todo homem é igual impregnou legisladores e juristas pátrios!
Essa visão esteriotipada coloca num balaio de gatos atores da megalomania e neo-colonizadores do ideário nacional. Se com tanta parafernália outra meia dúzia de gatos pingados tem mesmo o que mostrar à nobreza do nobre horário, imediatamente sucumbe à sonoplastia sofrível de 'jingles' sem inspiração, de respiração ofegante a cada pausa dos discursos concretistas. Marchinhas cederam a 'raps' de sarjeta no esgoto do esgotamento cívico da incivilizada nação brasileira, lombardis e cidmoreiras de alto-falantes rodoviários disputam barulho com o contra-regras.
Raríssima oportunidade de assistirmos a um bom tele-teatro... ... E mais mediocridade! Tem-se a impressão de estar numa sala dos milagres, com retratinhos mil, todos espalhados e criando um cenário de pagador de promessas.
Nem nós nem eles merecíamos essa pobreza, já tristes que estamos em meio a tanta miséria insistente em fazer desse povo um outro triste espetáculo!
(Caos Markus)
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