No fundo da essência do poder surgem conotações um tanto contraditórias.
De uma lado, o Poder deve assegurar uma ordem pacífica de convivência, mediante a aplicação de uma norma justa.
Por outro, o afã desmedido pela conservação do poder pode levar a atitudes e condutas em que a finalidade prioritária do bem coletivo acha-se abalada por interesses pessoais.
Eis, com efeito, o paradoxo do poder: a dupla circunstância de que, simultaneamente, a existência política do homem desenvolve uma racionalidade original que torna o poder uma contribuição inseparável para a humanidade, e, em outra extremidade, o poder é uma grandeza humana eminentemente sujeita ao mal, é a origem mesmo de grandes males.
De modo que concorrem no poder racionalidade e maldade.
Eis a sua surpreendente bipolaridade.
Assim, a natureza que se atribua ao poder muito dependerá tanto do momento em que se estime que ele deve surgir, como do mecanismo mediante o qual possa ser apresentado por quem o detenha.
(Caos Markus)
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