Na 'mandala', temerosos, os primitivos delimitavam (no círculo) a zona de perigo. A ameaça era o desconhecio, tudo o que estivesse além desse limite. Na linha da circunferência a passagem jamais ousada, ultrapassada apenas pelo poucos escolhidos que, desde a infância, eram iniciados na arte da caça e da guerra. Estes -considerados virtuosos- então defendiam todos os demais, da fome e de toda sorte de "estrangeiros", os habitantes do 'outro lado'.
Hoje, confinados em singulares "mandalas", a que chamamos 'cidades', quase inertes e calados, à mercê de 'novos guerreiros' e 'caçadores' eleitos por contemporâneas "tribos"; cumprimos semelhante papel de subordinação àqueles dos quais pensamos depender toda a nossa existência. Fundamental diferença, no entanto, é vista na atuação dos "selecionados" de agora. Não são mais 'educados' desde tenra idade na arte da solidariedade; e por isso não ousam ir além das fronteiras do inaudito, conhecendo do extraordinário somente as próprias pregações, feitas em nome da defesa dos "representados". Da "guerra" muito pouco conhecem, a não ser a "estratégia" usual na disputa entre si mesmsos, em contenda pelo 'eixo' da 'mandala'. A isto chamam 'Poder'. E porque convergem ao centro do círculo, mais afastados estão do destemor indispensável a mudanças reais.
No vaivém destes "combatentes", uns poucos (muito possivelmente por não lograrem também alcançar o 'eixo' pretendido) "pintam o rosto" no "ritual" de um combate sempre postergado, não obstante a impressão de irredutíveis "guerreiros", quando ocasionalmente mais próximos da margem. Esses "combatentes", todavia, jamais rompem o "círculo".
A 'cidade' -já reduzida- não mais é "polis". E, por efeito, perde a Política. Nesta mandala não há "urbe" nem o 'urbano' ou o 'rural'. O "civilizado" não mais sabe o que é "civitas" e -bélico- contraditoriamente, conclama todos à "civilização", apregoando transformações circunscritas à manutenção do terror fundado na ignorância eternizada no lugar do "ignorado" de outrora. Ainda o ancestral primitivismo, pretendendo sinonímia com a acepção do vocábulo 'revolução'. Imagina-se, pois, exclusivo na evolução humana o progresso permanente. Sistema engendrado de forma a pretender sobrevivente a Política, paradoxalmente ao lado da urbanidade sepultada, da 'civilidade' preterida, e da completamente desprezada 'humana idade'.
(Caos Markus)
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