É necessário que pensemos conjuntamente 'alma' e 'corpo', sob o vínculo de um todo essencial. Quando unidos, alma e corpo compartilham a mesma vida. Apesar de possível pensá-los separadamente, o 'corpo' de um lado e a 'alma' de outro, a substância de um depende da ação do outro: a alma conduz o corpo na direção que ela decidir tomar em seu comportamento, e o corpo ou a acompanha, leve, ou não a segue, tornando-se pesado. Dessa maneira, em companhia de um corpo leve, a alma dispõe de maior agilidade. De outro modo, a alma acompanhada por um corpo pesado tem sua ação marcada pela lentidão. Os dois atuam reciprocamente sobre a essência contrária, ou seja, agem na mesma direção mas em sentidos opostos, refletindo então nas estruturas que se lhes são próximas, porém, alheias "per si".
Por isso, são um duplo ser, dependentes de uma unidade harmônica, de maior complexidade, capaz de compatibilizar esse binômio, num acordo entre suas diferentes partes.
Esse intrincamento inviabiliza a hipótese de um terceiro ser, a partir da junção dos dois primeiros. Com efeito, tão-somente confirma a paridade na analogia 'alma' e 'corpo', a constituir-se numa díade cuja dissolução sempre implicará na fragamentação da ambiguidade própria ao seu caráter.
(Caos Markus)
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