'Existir' e 'ser' são termos cujas acepções não constituem sinonímia entre si, quando discriminados na singularidade que se lhes imprime específicas significâncias. Porque só através do ato mental poderá 'exisitir' o quê, isoladamente, apenas 'é'.
De fato, a existência não é uma condição, um estado. Antes, ela é o 'ato' de transição do 'possível' ao 'real'. Afinal, considerado em seu étimo, 'existir' significa 'partir daquilo que se é ("ex") para se estabelecer ("sistere") na dimensão da concretude, ao nível da realidade precedida pela restrita 'possibilidade'.
Para existir, contudo, não é suficiente a passagem de um a outro estágio. As alterações da matéria preexistem em suas causas e não há, nos fenômenos físicos, o surgimento da novidade portadora do atributo de qualquer transformação. O
A verdadeira existência e o autêntico 'devir', ou seja, a genuína mudança de estados e m si mesma considerada, encerram o pressuposto da 'liberdade'.
A 'existência', infere-se, é privilégio do 'ser' humano. Todavia, não se deve crer na fruição deste dom presente em todos os homens, pois são muitos os tragados pela 'massa' ou sujeitados à condicionante, ao "se" que os inibe na realização de escolha veraz. Estes não possuem verdadeira existência, considerada a impossibilidade de fixação definitiva da própria existência, a exigir constante transcendência, determinante de ultrapassagens a partir do que já somos, rumo a existência, pela livre realização, de um mais-ser.
(Caos Markus)
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