Inegável, do ponto de vista de sua legitimidade, de sua capacidade funcional e de sua comptência técnica, o Estado brasileiro vive uma crise generalizada. São crises intensas que, tendo iniciado originariamente com feições específicas em cada subsistema (político, econômico, social e cultural), e expressando-se sob a forma de baixa representatividade, de ineficácia na gestão econômica, desintegração cultural e motivacional, com o tempo fundiram-se -no plano institucional- numa ampla crise de racionalidade. Imediata consequência, notam-se ainda, no contexto da sociedade, os desdobramentos desta mesma crise, não incorrendo em equívoco afirmar que o Brasil está ameaçado, com a fusão desses colapsos, por uma crise global, que, evidentemente, levará o país a uma ruptura da matriz institucional e organizacional da sociedade pátria.
Cada vez mais saturado em suas funções e papéis, esse Estado prestensamente social tem-se revelado incompetente para dar conta de novos e complexos conflitos. E vitimado pelas suas próprias contradições internas, sobrecarregado por crescentes demandas sociais, estigmatizado por ausência de legitimidade, além de atingido por aguda crise fiscal, esse Estado está, assim, ingressando num período de ingovernabilidade, perdendo sua capacidade de adotar, eficaz e oportunamente, decisões importantes, desde as mais simples até as mais complexas, frente aos diferentes antagonismos sociais.
Preocupados, cada um consigo próprio, nós, os "governados", não nos ocupamos de tarefa jamais individual, sempre coletiva: a da (co)ordenação, única capaz de enfrentar a falência do ordenamento ditado pelo Estado através das suas normas ineptas, somente úteis à manutenção do poder nas mãos de castas distanciadas da estratificação social.
(Caos Markus)
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