A ciência denominada "moderna", exaltada nos seus axiomas pela suposta exclusividade em resolver o enigma do universo, mais e mais assume função intervencionista, instituindo-se através da rejeição ao seu próprio sujeito. Quando das "ciências humanas", o homem tornou-se ausente de fato, embora não tenho suprimido a si mesmo. Essa ausência é passível de ser considerada como forma da presença humana nas ciências, mais enfaticamente, e mais restritivamente, de modo a não fazer do homem que assim afirme nem um objeto natural qualquer nem uma subjetividade, tampouco a pura exigência moral ou ideológica. Ausência, todavia, que não significa indeterminação. Haja vista, no plano científico, as atividades humanas são encobertas por formais operações, expressão característica do espaço onde são produzidos os eventos elaborados pelo homem. Operações em variados graus dissimuladas pelos resultados a lhe emprestarem fundamento, mas que as alienam porque reduzem-nas a realidades empíricas.
Com efeito, a um só tempo, o mundo deixou de ser para o cientista uma representação, e o ser humano tornou-se projeção de uma vontade, qual seja, a vontade de poder, de administração, dominação.
Ao que tudo indica, parece não haver dúvida, à lógica da teoria sobreveio uma gradação de certezas por aproximação, embasadas na tênue ideia da realização. É a era de outra militância: a do racionalismo construtivo, mal traduzido no pensamento em ação e trabalho. É a era da produção da razão.
(Caos Markus)
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