Nem ordem nem progresso, entre nós o que hoje fala mais alto é o "autismo" de passivos e passionais habitantes do caos, servidos de bandeja aos abutres da carnificina nacional, às hienas da nossa miserabilidade, que riem à espreita dos moribundos. Mas como sempre foi e sempre será impossível agradar a gregos e troianos, a tucanos e moicanos, nada mais razoável que a instituição de um governo de mão dupla, onde esquerda e direita respeitem o semáforo no vermelho-sangue do estandarte apocalíptico da miséria local e adjacente.
Quem sabe assim se encerre a mania tresloucada da necrofagia como a nossa gastronomia à la carte.
Não faz mal que a gente continue a escrever "caussa jins", pois afinal a norma culta sempre esteve submissa aos "neologismos". O que não dá mais para aguentar é cadáver sendo chamado de "presunto", babaca otário alcunhado de "laranja", e a gente a se devorar, virando "mortadela".
Dia desses, procurando encurtar caminho num cruzamento super, híper congestionado aqui de Sampa, eu me aventurei a caminhar por debaixo de um viaduto. O que lá eu vi me causou espécie: gatos, muitos gatos, gatos em profusão! Percebi que era tudo intencional. Em tendas improvisadas, ninhadas do dito felino faziam parte da esdrúxula criação. Isso mesmo! Os fazendeiros do asfalto contam com dezenas de centenas de cabeças… De gato!
Um cantor popular já lamentou essa "vida de gato" do zé-povinho. E eu aqui, imaginando se aquela criação toda destinava-se a fornecer peles para os tamborins de alguma escola de samba do 1° grupo. Caí na real. Com o advento do acrílico, pele de gato já não tem nenhuma unidade real de valor. Então, aqueles pecuaristas tinham o "gado" para o seu próprio consumo. Antes isso, ponderei. Pior é viver (ou morrer?) nos sarcófagos da mega-miséria.
Quem sabe não matar dois coelhos com uma só cajadada? Incentivando a arrecadação de I.C.M.S., seria possível a qualquer governo sério exterminar os males da fome e da escassez de moradia (às vezes conhecido por "déficit habitacional"). Construindo viadutos populares, implantaria-se o subsídio à produção de carne de "felídeos", e de quebra estaria resolvido o dilema da reforma agrária, assentando os colonos "sem-terra". Isso para não falar da inegável medida sanitarista consequente, isto é, os gatos comeriam os ratos que costumam roer a roupa do rei de ro... ...
Se o brasileiro é tão criativo como dizem os gringos, por que não adaptar-se ao meio?
O que nos falta é tão pouco! É só o meio.
(Caos Markus)
A vida é especial, porém não uma 'especialidade' como hoje o são os vários ramos do saber. Unificar, em vigorosa síntese, a filosofia, a política, a ciência, é vislumbrar a possibilidade de uma religião superior, esclarecida e esclarecedora.
Assim, conceber essa religião depende do esforço do homem, procurando instituir a harmonia em suas íntimas e profundas relações com o próprio meio.
Muito tempo se passou desde que nós - ainda povos selvagens - constituímos "classes sociais" reduzidas à fórmula simples do sacerdócio ou "poder espiritual". A sociedade humana, agora organizada, vê na religião uma condição essencial à vida coletiva. Pois então, não é crível que os meios pelo homem criados para aumentar o seu bem-estar, notadamente os que lhe dão mais força ou segurança, sejam os mesmos utilizados para privilegiar podres poderes, a fim de dominar pelo sacrifício. Já é chegado o momento de sabermos o que pode a religião fazer em prol do indivíduo.
Compreender a alma humana requer auxílio da ciência. Afinal, por ser complexa, se não houvesse diferentes modos de sentir, se as grandes desgraças não fossem uma refundição, um transfiguramento completo da alma/psique, o homem seria a negação de si próprio, reafirmando-se exclusiva e paradoxalmente através da anulação pessoal.
Desacreditadas, as instituições religiosas exigem uma reformulação de seus fundamentais princípios, num esforço para enaltecer a vida dos homens. O sobrenatural deverá ceder lugar à experiência religiosa, limitada, contudo, à circunstância de constituir-se num significado mais amplo das relações humanas, tornando possível ao homem ajustar-se no meio em que vive, atuando tal qual um despertador da consciência, pela faculdade do homem em completar seu íntimo, assistir à própria existência; ser, por assim dizer, espectador de si mesmo.
Há, certamente, enorme relutância da igreja institucional em aceitar qualquer revelação como reflexo desse poder interior, intrínseco ao ser humano, voltados à iluminação e à transformação de sua vida. A vocação a ele negada não possui outro objetivo, senão o de assegurar a eficácia de um sistema restrito ao domínio pela manipulação do supostamente sobrenatural, em recusa de tudo o que pode e deve ser cientificamente pesquisado. Aliás, não por um mero acaso "política" e "religião" confundem-se através dos tempos.
Assim, da mesma maneira como o "político" quer submeter pela ignorância, o "religioso" pretende limitar pela omissão.
(Caos Markus)
A MAIS-VALIA ESTATAL
O custo do trabalho
O custo da hora do trabalhador brasileiro e a produtividade são baixos, afetando o custo total do trabalho no país. O valor da hora que a indústria paga por aqui é cerca de um terço do que se vê nos Estados Unidos e em países europeus. O preço da hora no Brasil teve alta acumulada, desde 2008, de 38%. Ganho salarial e câmbio explicam essa valorização. No entanto, a produtividade vem comprometendo o desempenho do trabalho. .
Em 2011, a hora de trabalho na indústria era de US$ 11,65 no Brasil, abaixo dos US$ 15,91 da Argentina. Os números são bem menores que os registrados em países desenvolvidos como Estados Unidos (US$ 35,53), França (US$ 42,12) e Alemanha (US$ 47,38).
O desempenho da produtividade no país está aquém do de outros emergentes. Em 2012, a produtividade no Brasil caiu 0,3%, na contramão do crescimento de 1,8% no mundo e de 4,8% nas maiores economias emergentes. O comportamento do país é classificado como um DECLÍNIO DRAMÁTICO. O Brasil já vinha registrando desaceleração: a expansão da produtividade, de 4,1% em 2010, caiu para 0,7% em 2011.
Qualificação, ambiente regulatório e investimento em equipamentos são alguns dos aspectos que deveriam melhorar no país para garantir maior produtividade.
O nível educacional no Brasil ainda é muito ruim. Há UM ambiente hiper regulado e o país investe pouco em equipamentos. Nos países asiáticos, um terço do PIB vai para investimentos, enquanto aqui é apenas um quinto.
Patrão paga 183% mais que valor da carteira
Estudos apontam que o custo do trabalho para o empregador no Brasil varia entre 65,7% e 183% a mais que o valor do salário de carteira do trabalhador. Estima-se que o desembolso total do empregador chegue a 65,7%. O valor pode chegar a 2,83 vezes o salário de carteira, para um vínculo trabalhista de um ano. Para cinco anos, o custo cai para 2,55 vezes.
(copydesk, Caos Markus)
Enaltecido outrora e agora, por que então essa pilhéria a encontrar na mofa explicação para um Brasil aviltado pela devassidão?! Já rimos demais da nossa própria desgraça.
O pranto de carpideiras não devolverá vida a este país agonizante, certamente. Mas, uma nação é feita de homens, e esses são feitos, naturalmente, de hombridade. Essa nobreza de caráter a nos faltar é a mesma a possibilitar a forja uma nova geração, a maior esperança de um possível resgate da civilidade que perdemos.
A insanidade, porém, é atualmente o padrão de nossas existências. Modificar o contexto que envergonha o país exige um aparato crítico norteado pelo discernimento e pela prudência. O futuro do Brasil está na remissão de todo um passado esquecido.
Nenhum líder nos devolverá a dignidade. Conclamar todo um povo disperso a lutar por direitos que ele nem sabe que tem; incitar uma nação que ainda desconhece a própria nacionalidade; Tudo isso é a mais evidente e oportunista mentira.
Ensinar, dirigir a formação da nossa juventude preparando-a para a emancipação, é tarefa muito pouco interessante a muitos brasileiros, indesejada, mesmo, pela maioria.
Devotos da falsidade, peregrinam país adentro os profetas da ignorância, disseminando suas burlas com a empáfia típica dos parvos.
Desses supostamente ousados só podemos esperar a nossa própria falsa devoção.
Dessa falsidade, a comoção a distanciar mais e mais os desígnios da razão.
(Caos Markus)
A força política e a vontade de poder têm hoje sido desenvolvidas com o propósito de regulamentar um gigantesco mecanismo de egoísmo e monstruosa covardia. Não se respeita um só direito individual, desses que influindo como verdadeiras forças morais criadoras se projetam no meio social como elementos de equilíbrio do conjunto, e representam o papel de agentes de refinamento das condições de vida coletiva. Vemos imperar é o princípio do isolamento, deslocado do todo, longe de agir como fator de ligação coletiva, de unidade superior. A satisfação dos apetites de vingança entregam, assim, homens públicos aos instintos de luta brutais, verdadeiros espartanos. Descortina-se um espetáculo de dilaceramento de paixões, insufladas e atiçadas umas contra as outras.
Presume-se do estadista um indivíduo a totalizar os valores do seu tempo, fazendo da vida uma unidade de tal modo dependente das outras unidades concorrentes ao conjunto social, quando cada uma delas nele se completa, a despeito de suas características particulares. A destreza política, por sua vez, é precisamente a conciliadora na sua ação coordenadora, na sua aspiração para a unidade, com o maior número de antíteses. No plano dessa terrível força de diferenciação dentro de cada um de nós, como o irredutível do nosso próprio egoísmo, é chamado a operar o homem de Estado.
Os empreendimentos de ordem política não se realizam com o concurso de índoles vulgares, de aventureiros dominados de ambições imediatas. A política exige do indivíduo que a serve uma alta dose de espírito de sacrifício. As responsabilidades do poder, delas não nos desempenhamos sem a renúncia a vários bens e vantagens, que tornam agradável a existência do homem particular.
O Brasil ainda entende como governo um aparelho de opressão do indivíduo contra o indivíduo. Portanto, Só nesta feição de mau caráter podemos delinear o supremo orgulho de alguns políticos em ser brasileiro.
Conterrâneo opressor de compatriota, devemos admitir, não chegará jamais a ser um nacional.
(Caos Markus)
Em todas as eleições, a certeza de que fizemos uma boa escolha, a convicção de que no ex-terceiro mundo, agora países "emergentes" há um terceiro turno está mais intimamente vinculada à legenda suprapartidária dos magazines, quando cédulas cedem lugar a duplicatas mil, nas promoções da vida inteira. Aliás, quantas reencarnações serão necessárias para plena quitaçãos da felicidade à prazo? Pois, carnês são neste imaginário terceiro turno a única certeza do paraíso terrestre; e a panfletagem das lojas dão conta de toda sorte de liquidação.
Compre, compre, compre tudo o que puder. Depois, converse com seu novo liqüidificador da última liquidação no atacado da sua incapacidade de consumir o que efetivamente necessita; pergunte ao microondas que estoura pipocas e os seus miolos ( se é que tem algum) porque e como os americanos do norte "lutam" e interferem em territórios mundo afora, a milhas de distância dos E.U.A.
Indague, eleitor-consumidor desse Brasil varonil, do seu micro-célebro eletrônico de penúltima geração ( os nossos japoneses são melhores que os brasileiros dos japoneses. Complicado, não?) por que é que os latinos são utilizados como personagens da bandidagens dos guetos nova-iorquinos, nas películas do Tio Sam, quase sempre consumidas pelos próprios latinos.
Mas, sobretudo, não perca a esperança, pois o verde, dizem, é "esperança", mesmo não se sabendo qual deles: se o ecológico, o aparentemente lógico, ou qualquer sinal de trânsito. Afinal, brasileiro não tem predileção partidária, não possue necessariamente convicção ideológica propriamente dita; brasileiro quando vota, vota na esperança - uma esperança momentânea, mais inclinada à possibilidade de um consumismo imediato porque brasileiro quer esquecer o passado, mas não se incomoda quase nada com o futuro; ou melhor, o seu futuro é pasmar com a próxima tv à plasma, a próxima "suave" prestação, o mais novo status de quem compra freezer, mesmo que não tenha mais de quinhentos gramas de carne moída para guardar, quer dizer, congelar.
E, de voto em voto, expresso tácito, nulo, branco ( porque essas também são manifestações de "esperança", esperança de que protestando a coisa toma jeito), voto ininteligível de intenções de voto que não conseguiram traduzir-se em gestos de votos, mas acabam por eleger o analfabetismo em primeiro turno, e com um invejável percentual de vantagem sobre os outros votos, ou sejam, os votos dos semi-analfabetos ou, politicamente correto, analfabetos funcionais, Então, de voto em voto, o brasileiro reacende a secreta esperança. Muito mais secreta que o próprio voto, pois todo mundo faz uma questão danada de "explicar" o seu, numa tentativa nula de parecer consciente para anular a esperança alheia.
(Caos Markus)
ENCENAÇÃO DOS PODERES CONSTITUÍDOS
ENCENAÇÃO DA PEÇA "TIRO PELA CULATRA":
OS PODERES CONSTITUÍDOS DA UNIÃO INTERPRETAM PERSONAGENS CONFLITANTES, OCULTANDO NOS BASTIDORES O ACORDO ESPÚRIO DAS AUTORIDADES PARA "ZERAR" EFEITOS DO PROCESSO DO MENSALÃO.
SCRIPT DA PEÇA: "RUPTURA NO PACTO FEDERATIVO, CONFLITO ENTRE PODERES NUNCA FOI TÃO TENSO"
O ministro Gilmar Mendes disse que os deputados responsáveis pela aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 33/2011, que submete as decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) ao Congresso, "rasgaram a Constituição". O ministro Marco Aurélio Mello considerou "sintomático" o fato de dois deputados condenados no julgamento do mensalão terem votado a favor da PEC - os deputados João Paulo Cunha (PT-SP) e José Genoino (PT-SP). Para ele, está havendo retaliação do Congresso à Corte.
Os quatro deputados federais condenados no mensalão - Valdemar Costa Neto (PP-SP), Pedro Henry (PP-PE), Cunha e Genoino - continuam em seus mandatos a despeito de o tribunal ter declarado que eles deveriam ter deixado o Parlamento.
"É sintomático que, na Comissão, tenhamos dois réus da Ação Penal nº 470", afirmou Marco Aurélio, referindo-se a João Paulo Cunha e José Genoino, que fazem parte da CCJ que votaram a favor da PEC que limita os poderes do STF. Cunha foi condenado a nove anos e quatro meses de prisão em regime fechado. Genoino pegou pena de seis anos e onze meses em regime semiaberto e, se continuar na Câmara, poderá trabalhar de dia no Parlamento, mas terá que dormir na prisão.
A PEC foi aprovada com a justificativa de que seria preciso conter o "ativismo judicial" do STF - o fato de o tribunal se antecipar ao Congresso em temas que deveriam ser resolvidos pelos parlamentares. Mas, na Corte, o que vigora é o entendimento contrário - de que cabe interferir em questões urgentes nas quais o Parlamento não está tomando as devidas providências. Foi esse entendimento que prevaleceu em vários julgamentos recentes, como a aprovação da união homoafetiva e a de cotas para negros nas universidades. Essa última decisão foi tomada há exatamente um ano.
(copydesk, Caos Markus)
Não temos mais que uma cultura de almanaque, consagrando o banal, ritualizando fórmulas decadentes de salvação individual ou coletiva. Somos tão descartáveis quanto as informações que consumimos todos os dias.
Valorizar a cultura seria, no mínimo, medida profilática, a prevenir males cruciais como a fome, a miséria, atualmente combatidos quixotescamente como causa da violência, origem da desagregação social, quando não são mais que reflexos de caos anterior.
Opiniões diversas são apresentadas como "sui gêneris", impressionando pelo ineditismo, mas todas demais fantásticas, desprovidas de pragmatismo, sem considerarem que quando se trabalha com fenômenos sociais não se pode esperar a precisão da informática ou a certeza dos laboratórios. Em sociedades, múltiplos aspectos concorrem para maior possibilidade de dúvidas, em contrapartida à menor probabilidade de acertos. O organismo social, quando doente, não requer somente boa-vontade, apenas otimismo; mas realmente carece de conhecimento, e, ressalte-se, de conhecimento prático.
E como quem não tem nada briga por pouco, a violência fermenta a convulsão social em barbárie coletiva, por ninharias, por quinquilharias, pelo lixo elevado à condição de luxo.
Consequência imediata, estamos também virando lixo. E o pior: não degradável. Vermes vorazes, encontramos na podridão da cultura brasileira, amesquinhada e aviltada, o putrefato alimento de nossas sórdidas paixões. Alguns já marginais, outros ainda marginalizados, em breve seremos todos párias. Reduzidos a ínfima casta, excluídos da sociedade, devoraremos uns aos outros em antropofagia da modernidade.
Mais contribuintes que cidadãos, somos vitimados por formidável desestabilização social, onde não há acordo entre "técnicos" econômicos e a legião de "devedores" afetados. O mecanismo de manipulação abusiva dos vários índices na regulação da vida financeira do Estado influi decisivamente na saúde do organismo social, ignorando a inexistência de 'causa' desvinculada de correlatos 'efeitos'.
(Caos Markus)

Entre nós brasileiros, se já não é momento para rostos sisudos, expressão natural de quem sempre apostou no fracasso e no pessimismo, também não é hora para festejos descabidos, como se esforça o Governo Federal, principalmente, para creditar a si mesmo os atributos que sabidamente não possui. Deve-se investir, sim, no estabelecimento de uma firme convicção em nosso potencial. Fortalecer as estruturas dessa proposição, no entanto, requer equilíbrio e moderação, algo a que não estamos habituados. Por isso, então, a exigência de cautela, a mesma que faz dos povos do mundo civilizado cidadãos compromissados com um futuro distante, mas com melhores perspectivas projetadas aos destinos de suas vindouras gerações, num presente minado pela crise financeira. Enquanto jovens de várias nações latino-americanas buscam justiça social, a juventude brasileira procura apenas a sedutora felicidade do prazer imediato. É de se perguntar: esta mesma juventude poderá ser feliz sem alcançar uma sociedade mais justa? E, o mais grave, exatamente quando a grande maioria é esquecida no infortúnio, relegada à sórdida miséria, em todos os níveis e sob todos ao aspectos?
Um aviso se impõe à "garotada" e aos marmanjos do Brasil, convictos da reascensão da classe média, diante de alvissareiras, porém, fraudulentas propostas de ordem política e econômica presentes no país: a felicidade não é um privilégio ou um presente. É, antes, uma conquista pelo trabalho, através do comprometimento com o bem-estar de toda a coletividade.
Será pela aquisição de uma nova ordem cultural, moldada no conhecimento das nossas mais particulares questões, que o adolescente brasileiro, em particular, terá garantida a felicidade real, extensiva à toda a nação.
A resistência a mudanças implica ou em manutenção de privilégios ou em passividade e conformismo. Nem uma e nem outra, a qualidade desejável será sempre a da transigência como pressuposto da transformação efetiva. Assim a felicidade deverá ser compreendida como objetivo a ser atingido muito mais pela qualificação, e não através do passivo usufruto das realizações alheias. Ou não tardará a chegar o dia em que um maior contingente de crianças e adolescentes terá exclusivo compromisso com outra felicidade, muito mais efêmera, entretanto, muito mais urgente: a da particular sobrevivência.
(Caos Markus)
A LEI DA DESOBEDIÊNCIA
PARA 82%, É FÁCIL DESOBEDECER AS LEIS NO BRASIL
Oitenta e dois por cento dos brasileiros acreditam que é fácil desobedecer leis no Brasil, enquanto 79% acham que, sempre que possível, o cidadão apela para o famoso "jeitinho". Os dados fazem parte do resultado da primeira coleta de dados realizada pelo Centro de Pesquisa Jurídica Aplicada da Escola de Direito de São Paulo da Fundação Getulio Vargas para compor o Índice de Percepção do Cumprimento da Lei - IPCLBrasil -, lançado em 23/04/2013 em São Paulo.
A ideia do IPCLBrasil surgiu da constatação de que no país, embora sejam produzidas muitas leis - entre 2000 e 2010 foram criadas 75.517 novas leis federais e estaduais -, há um senso comum de que os brasileiros não as respeitam e de que as leis "não pegam". Todavia, não há pesquisas que demonstrem o quanto a população adere a essas leis. O objetivo do indicador é avaliar o grau de efetividade do Estado de direito no Brasil. Em outras palavras, pretende mensurar qual é a percepção dos brasileiros sobre o respeito às leis e o respeito às autoridades que devem fazer as leis serem cumpridas, como a polícia e os juízes.
A pesquisa não encontrou diferenças na percepção da população em diferentes Estados, mas divergências foram encontradas em relação à idade e à renda dos entrevistados. Enquanto os mais velhos têm um maior grau de percepção do cumprimento da lei (7,6 pontos para os maiores de 60 anos contra 7 pontos dos jovens com idade entre 18 e 34 anos), OS ENTREVISTADOS DE MAIOR RENDA TÊM UMA PERCEPÇÃO MENOR DOS QUE AQUELES DE MENOS PODER AQUISITIVO.
A pesquisa mostra que quanto maior a renda, menor é o IPCLBrasil.
Os resultados da pesquisa também revelam que quanto maior a desaprovação social em relação a uma conduta, maior é a possibilidade de a lei ser cumprida.
Um dos pontos que chama a atenção na pesquisa: OS ENTREVISTADOS QUE JÁ UTILIZARAM O PODER JUDICIÁRIO ALGUMA VEZ TÊM UMA PERCEPÇÃO MENOR DE QUE AS LEIS SÃO CUMPRIDAS. A pesquisa que compõe o IPCLBrasil foi feita entre o quarto trimestre de 2012 e o primeiro trimestre de 2013 no Distrito Federal e em sete Estados: São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Bahia, Pernambuco e Amazonas.
(Copydesk, Caos Markus)