REMETENTE e DESTINATÁRIO alternam-se em TESES e ANTÍTESES. O ANTAGONISMO das CONTRADITAS alçando vôo à INTANGÍVEL verdade.
quinta-feira, 29 de maio de 2014
QUARTA-FEIRA, 11 DE JUNHO DE 2014: "DIAGNOSE, UM INSTRUMENTO"
De hábito, num Conselho de Classe abordam-se apenas problemas, perdendo a sua característica fundamental, a de ser diagnóstico, quando deveria apontar necessidades ou atitudes para transformação da realidade apresentada.
Importante ressaltar, a coordenação do Conselho deve perceber que metodologias, pertinências e significâncias dos conteúdos, formas de avaliação e relações interpessoais, influem positiva ou negativamente no rendimento da turma, constituindo-se em causas dos problemas apresentados.
Num Conselho, o objetivo não é verificar notas ou conceitos obtidos pelos alunos. Estes podem limitadamente servir de indicadores da ocorrência de dificuldades. A finalidade primordial é a de aproximar-se o mais possível de uma visão do educando como um todo.
O esforço será então dirigido a pesquisar as razões, o porquê das atitudes dos aprendizes, e não simplesmente relatar casos verificados durante o bimestre, emitindo um conceito (nota) obtido na disciplina.
A cada dia, mais necessária é a percepção da totalidade na qual se insere o aluno, para sua mais eficaz conduta nos estudos. Há vários fatores culturais extra-escolares que definem, muitas vezes, o modo de agir e de interagir dos estudantes, e essa interação bio-cerebral, cultural e social co-determinam o chamado ‘rendimento do aluno’, pois este não se refere somente a questões relativas ao domínio ou construção do conhecimento.
Assim, falar de um aprendiz isolado do ambiente coletivo que o produz e é por ele produzido, pode levar a juízos falsos e a diagnósticos errados. Este contexto também não se limita à sua situação afetivo-emocional nas relações familiares. Inclui o relacionamento com os professores, com a turma, o grupo de amigos na escola. Analisar o aluno nos vários aspectos de sua realidade enquanto pessoa e estudante é igualmente uma avaliação. Então, como excluí-lo dessa mais detalhada crítica, não considerando a sua própria autocrítica no âmbito do Conselho? Tal procedimento equivale a suprimir dessa instituição o seu objeto, qual seja, a ‘classe’. E essa conduta implica em desconhecer, já de início, o significado de ‘classe’e, por efeito, desconsiderar o sujeito ‘classificado’.
Saber distinguir, discernir ações mais adequadas aplicáveis aos casos mais complexos é tarefa a demandar reflexão conjunta no processo educativo, reunidos para tal fim, docentes, coordenador, pais e alunos. Afinal, não se pode diagnosticar quando ausente o diagnosticado, não há como descrever minuciosamente uma situação envolvendo o desempenho de alguém se excluído o sujeito dessa conjuntura. É sempre oportuno lembrar, diagnose é investigação, útil, assim, como instrumento e não finalidade do processo educativo. Ou, noutras palavras, do sujeito investigado espera-se a participação, algo somente viável ante a apresentação da sua autocrítica, isenta de autocensura. Pois, a autocensura não é, de modo algum, confundível com a autocrítica: a primeira manifesta-se pela compulsão, negação, recalcamento, abstenção, silêncio, enquanto a segunda é, ou deve ser, uma reflexão ponderada.
Estas são questões emergentes, à medida que os educadores enxerguem na avaliação estritamente um ‘meio’, em novos paradigmas, identificando-a, também ou principalmente, no Conselho de Classe, sem ignorar os parâmetros externos influentes no conceito do educando sobre si próprio.
(Caos Markus)
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