O maior desafio do conceito de ‘qualidade total’ aplicada às instituições de ensino superior é efetuar uma mudança cultural. Nas comunidades educativas, em geral, e no ensino acadêmico, em particular, é algo extremamente difícil de se alcançar. Pois, dizer aos burocratas o que eles têm de fazer para ajudar a melhorar a educação é quase uma heresia, com todas as conotações comportadas por esta palavra suporta, pois esses indivíduos não aceitam qualquer sugestão. Introduzir a dogmática da ‘qualidade total’ na Universidade é um processo lento, cansativo e muito duro. O maior obstáculo é a inércia. Uma vez ultrapassado, haverá outros obstáculos no caminho. Mas, são encontrados mais membros intervenientes do processo (alunos, pais dos alunos, fornecedores, clientes internos e externos), dispostos a ajudar nesta empreitada, tornando-a mais acessível, pois têm consciência dos benefícios da instituição. Alguns docentes não entram no ensino superior para ajudar as instituições a funcionarem da melhor forma e apesar, de por vezes, estarem sobrecarregados com tarefas que nunca pretendem fazer, mostram-se relutantes às mudanças. Para muitos, a responsabilidade de ajudar a instituição é subjugada às tarefas de lecionar e de fazer e corrigir exames, e, em alguns casos, nem isso pretendem fazer. No entanto, salienta-se, nem todos os docentes do ensino universitário se caracterizam desta forma. Uma grande maioria deles é dedicada ao seu trabalho e pretende o melhor para a sua instituição. Destaca-se, uma muitos desses profissionais só estão à espera de poderem atuar para aprimorar o sistema. Porém, o processo necessita de um certo tempo para efetuar as transformações culturais. O tempo necessário depende da instituição e de seus integrantes. Primeiramente, deve-se educar as pessoas e não esperar resultados imediatos. Deve-se também, antes de tudo, insistir e não deixar de resistir. A mudança merece o esforço. Ao mesmo tempo, não se deve sentir satisfeito antes de tempo, pois quando se crê que tudo está resolvido, logo outros obstáculos surgem. Com a implementação da ‘qualidade total’, qualquer instituição de ensino superior aprimora progressivamente o serviço prestado aos discentes, à organização administrativa, à imagem da organização interna e externa, aumentando a satisfação dos colaboradores e a capacidade de intervenção dos quadros dirigentes. E, em paralelo, aproxima a organização do modelo de excelência, para instituir o conceito de auto-avaliação no seu interior, tornando-a apta a desenvolver uma filosofia cujo suporte e primado é melhoria contínua. Seja qual for o modelo utilizado, ele deverá estar adequadamente ligado à missão da instituição, à sua cultura, às suas forças e fraquezas, às oportunidades e às ameaças manifestadas no seu meio envolvente, de modo a não serem cometidos erros na sua implementação. Para além desses erros, também poderão surgir diversos entraves, mas os benefícios, os potenciais e os obtidos, justificam largamente os esforços e o tempo empenhados. Assim, a ‘qualidade total’, aplicada numa revisão acadêmica, se constituirá em fator de competitividade entre as Universidades. Não se ignorando a impressionante e atrativa poupança e otimização das funções administrativas obtidas, através delas também será conquistada uma melhoria expressiva da Educação, graças ao acréscimo do êxito escolar, às alterações significativas no desempenho dos professores, a uma utilização mais eficiente do tempo dos docentes e discentes, a uma mais ampla satisfação dos professores e alunos no seu trabalho, e, ainda, a um desenvolvimento individual dos alunos, preparando-os para a vida profissional, dado que os ensina a pensar por si próprios e leva-os a aprender a trabalhar em equipe, acarretando assim estas contribuições positivas para a sociedade.
(Caos Markus)
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