Uma educação universitária verdadeira (formação, de fato, acompanhada de treinamento em procedimentos específicos para enfrentar o cotidiano profissional e, em particular, a condução do complexo processo real de ensinar línguas) na área dos 'estudos das linguagens' deveria certamente aprofundar os sentidos de formar um profissional competente e competitivo na sua área. Deveria, igualmente, contar com uma compreensão da importância dessas 'linguagens na educação formal em geral (desde a alfabetização), nos negócios, turismo, meios de comunicação, bem como, ainda, nas relações sociais/institucionais específicas, sob sua mediação. Na forma como são hoje conhecidos, os cursos convencionais não podem mais corresponder às exigências do mundo profissional. Mas, ao mesmo tempo em que se observam manifestações de crise, a sociedade brasileira emite sinais de um renascimento de interesse do público por essa complexa área da multiplicidade linguística. Esses indícios podem estar levantando uma promessa de renovação do velho currículo das Academias, criado pela primeira vez em 1931, por ocasião da Reforma Educacional no primeiro governo Vargas. Nos anos que se seguem, o acentuado aperfeiçoamento, pela introdução da variáveis linguísticas (como grande componente curricular, de extensa gama de cursos universitários), já está a clamar por continuidade de renovações. E são os sentidos dessa revisão que devem ser reconhecidos nas exigências e desdobramentos da vida contemporânea. A promessa discernível (nos sinais mais evidentes de um renascimento de interesse do público por uma formação acadêmica revista), será deveras confirmada na valorização de uma 'cultura geral' preparatória a melhores opções de vida, e num leque crescente de oportunidades de trabalho (cruzando todas as profissões e campos laborais, vinculando-os); na capacidade de uso competente do vernáculo pátrio, principalmente; na crescente iniciação dos estudantes de graduação superior à pesquisa básica e, paulatinamente, à aplicável em aberturas orientadas à produção de técnicas inéditas na descrição e compreensão dos processos de aprender e ensinar; na percepção de que o aluno não deva ser instrumentalizado para homenagear grandes autores, apenas, mas, substancialmente, para ser crítico e produtor de novas ficções ou experiências estéticas, tanto com a linguagem (de formas genérica e específica), quanto com as modernas textualizações não-ficcionais.
(Caos Markus)
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