Seria a mais cândida inocência uma pessoa pretender conhecer bem a História a ponto de supor que, após todos esses séculos de sistemas sociais corruptos, o imperfeito pudesse se transformar em algo perfeito e puro.
Temos notoriamente sido alimentados de uma esperança desacreditada até mesmo pelos mais crentes e otimistas.
Ora, a dor não necessariamente deve ser uma forma de adquirir conhecimento, pois fosse isso verdade e já teríamos povos amadurecidos, em meio a tanto disparate ainda a manter a humanidade em permanente flagelo. Haverá, sim, a sabedoria além daquela que se aprende através do sofrimento.
Percebemos a desordem, ao defrontarmo-nos com o gigantismo das nossas instituições -a projeção de nossa megalomania. Uma inferioridade sublimada está oculta em nossas insólitas obras.
A desorientação tem sido o mau roteiro da atualidade: imaginamos seguir adiante, quando, atônitos, apenas caminhamos em círculos.
Já houve quem dissesse "o homem é um projeto que não deu certo". Porém, quem o disse foram outros homens, acreditando-se imbuídos de redefinir o juízo de valores de nossa civilização. Mas o julgamento humano não atenta para o profundo sentido da dor que não aparece, imersa sob o domínio de circunstâncias criadas pelo e para os privilégios dos próprios "julgadores".
(Caos Markus)
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