A sabedoria oriental perdura ainda hoje como uma advertência à estupidez que sistematicamente tem desfigurado a raça humana. Insensatos, preferimos privilegiar a ancestralidade beligerante dos primórdios da civilização humana, decaindo sempre, ao invés de procurarmos apressar o destino a todos nós reservado pela: a comunidade supranacional apartidária, unida no congraçamento de diferenças étnicas, econômicas e culturais.
O sideral espaço por nós já encontrado, com toda a sua grandiosidade, ainda é exíguo, se comparado a uma outra imensidão, em quase nada explorada: a nossa alma, o nosso psique. A viagem ao interior dessa ampla morada vem sendo há muito adiada, pois nenhum ser extraterreno imaginável poderá assemelhar-se à estranha criatura residente no âmago de nós mesmos, algo que certamente pressentimos e no entanto (ou por isso mesmo) queremos evitar. Mas, inevitável, aproxima-se o momento da decisão, quando, para não sucumbirmos, necessariamente escolheremos a paz como exclusiva condição da nossa sobrevivência.
Haverá êxito nesse projeto se existir, porém, disposição em construí-lo, ânimo em vê-lo além do mero esboço, vontade em percebê-lo além da nossa humana fragilidade, como um desígnio divinal, traçado por mãos mais habilidosas, num intento superior aos planos débeis dos estratagemas que tão somente tem assegurado a cada um de nós a própria perplexidade diante do que se nos afigura inaudito.
(Caos Markus)
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