A possibilidade de ser um co-partícipe do poder, organizando passeatas e protestando, é uma ilusão que faz tão bem ao ego quanto ser a testemunha ocular de uma formidável colisão de veículos em via pública. Afinal, quem não quer poder sair por aí dizendo que a sua existência tem um grande significado, mesmo estando essa valoração situada nos limites do tacanho?As campanhas, pois, finalizando o nosso resgate para uma terra prometida, aqui e agora, "redescobrindo" os cidadãos que somos, encerram, via de regra, muito mais que a "cidadania" em si. No mínimo pretende-se mais a evidência pessoal do que qualquer transparência institucional, reconhecendo-se cada um a si mesmo, sem considerar a transitória parcela de poder exercido. No entanto, convém lembrar que outros heróis, de mais ampla magnitude, também privilegiaram o contraditório como estratégia. Preferível, pela efetiva sensatez, privilegiar, então, a universalidade construída de fato para o progresso de toda a humanidade, enxergando-a além das fronteiras do poder político ou religioso, para devolver a cada um a liberdade que cada um deve procurar em si mesmo.
(Caos Markus)
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