REMETENTE e DESTINATÁRIO alternam-se em TESES e ANTÍTESES. O ANTAGONISMO das CONTRADITAS alçando vôo à INTANGÍVEL verdade.
sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013
SEGUNDA-FEIRA, 18 DE FEVEREIRO DE 2013: "O CONFORTO DA BOA-VONTADE"
A instabilidade a caracterizar o ser humano torna-o presa fácil dos seus instintos mais remotos, é de se notar. Mas, admitir essa fragilidade como ponto de partida para o auto-conhecimento não tem sido padrão para nenhum de nós. Muito pelo contrário, aparentar um equilíbrio sustentado por condutas supostamente mais de acordo com o "homem civilizado "é fingir seriedade repondendo a um modelo fundamentado na farsa e sua conseqüente inversão de valores. Dessa maneira garante-se credibilidade aos que de fato não a possuem, mas que projetam a imagem desejada pelo cinismo a que se resolveu intitular sobriedade.
Alguém que se proponha a sondar as águas escuras de sua mente haverá de rever os conceitos que tem e pratica a respeito de honestidade, de sucesso e de retidão. Pois nem mesmo um ermitão, distante das relações sociais mais básicas, consegue estar longe da sua própria maldade, uma vez que pensa, e que pensar já é uma conduta. Ou não? Se o contrário fosse, não viveríamos atormentados com tudo o que sinceramente podemos pensar a nosso próprio respeito.
Convém cuidar do pensamento com o algo às vezes muito mais longe do discernimento que julgamos possuir. Dessa forma, somente um imbecil poderá ter a certeza de que é constantemente norteado pelos princípios do Bem. E asseverar a relatividade é, por isso mesmo, prudente, evitando-se o egocentrismo tão típico dos nossos dias, quando muitos afirmam a sua idoneidade respaldados num "status" apenas compatível à supremacia da ignorância.
Cheios de 'boa-vontade', o nosso maior prazer, sem dúvida, é "cooperar" com o próximo, desde que isso não implique em mexer com os nossos bolsos. Dizer-se solidário, então, é sentir-se acima do que está sob a dependência, assegurando um 'conforto' para si mesmo. o que significa admitir que por maldade - e não mais que isso - o tormento do semelhante é o regozijo do seu benfeitor.
Afinal, o que é ser bom? O que é ser honesto? As respostas serão imediatamente condicionadas ao referencial de determinado grupo. Assim, dar esmolas, suportar resignado o sofrimento, são exemplos de bondade para quem crê na salvação pessoal através da caridade ao próximo; e não emitir um cheque com insuficiência de fundos é, muitas vezes, o que basta para que alguém creia ser honesto. No entanto, até mesmo para quem não é dado ao mínimo de reflexão, os limites de tal caridade ou honestidade são sempre maiores na medida em que a dor alheia seja considerada mais do que a própria, em que a necessidade de outrém possa justificar uma maior tolerância pelo seu credor.
(Caos Markus)
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