QUINTA-FEIRA, 7 DE FEVEREIRO DE 2013: "EXPIAÇÃO ELEITORAL"
Carente de um mínimo pragmatismo a conferir veracidade aos múltiplos conceitos estruturados em supostas ideologias, observa-se pelo Brasil afora a difusão de exclusivismos, afastados de necessária praticidade. Olvida-se que a verdade é comprovada através de sua capacidade de realização.
Exatamente o contrário dessa concepção filosófica é a constatação da tosca política nacional, onde a multiplicidade de interpretações despreza a importância da efetiva transformação. A retórica populista substitui entre nós a praxis inovadora. E, dessa forma, a verdade, de tão relativa, assume caráter de instrumento de manipulação.
No Brasil, mente-se por minuto. Entretanto, a pretensão é a de se fazer acreditar em tudo o tempo todo. A pluralidade de partidos oferta não a garantia de participação e sim a certeza de alienação.
Tudo indica que o desvario político procura, na incoerência, afastar-se do processo onde a imaginação não é um delírio permanente, e merece mais do que ser deixada por conta de uma patologia do erro ou de uma psicologia de associação. Exatamente o oposto, o erro está incorporado ao nosso imaginário, nele encontrado absurdas referências para esquivar-se de um maior comprometimento com a realidade possível.
Sendo o esquecimento uma das formas da memória, o seu porão, a "intelectualidade" das elites políticas do país apostam em que o "porão" da nossa história deva ser sobrecarregado, considerando-o o melhor lugar para sepultar as idéias mais genuínas.
Assim, perde-se qualquer elo de ligação entre passado, presente e futuro, pois, não se percebe, quando um estado intelectual foi acompanhado por um sentimento vivo, um estado semelhante ou análogo tende a suscitar o mesmo sentimento; e quando estados intelectuais coexistiram, o sentimento ligado ao estado inicial, se vivo é, tende a se transferir para outros.
Forjados num frio "racionalismo", os homens públicos supostamente dirigentes dessa nação, via de regra, têm muita "filosofia", porém invariavelmente desprovida de sentido, desconsiderando mesmo que as certezas da sensibilidade são conquistas definitivas. E em nome do povo, é o próprio povo oferecido em sacrifício aos deuses desse Panteão
ficticiamente considerado "Representação Popular". Mais grave, a auto-imolação tem sido usual, forma de expiação dos nossos "pecados" eleitorais.
(Caos Markus)
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