A uniformização da funcionalidade do intelecto, por força da qual se perfaz a dominação sobre os sentidos; a resignação do pensar à produção da unanimidade; significam tanto um empobrecimento do próprio pensar como o da possível experiência inovadora. A separação dos dois campos importa em danos para ambos. Na restrição do pensar à organização e administração (exercida pelos que estão no controle) é implícita a pequenez dos detentores do poder, a partir do momento em que não mais se trata de manipular os demais, sujeitados a esse mesmo poder.
O intelecto converte-se no aparato de dominação e autocontrole, algo sempre ignorado pela filosofia burguesa.
A surdez das massas populares não se constitui em vantagem alguma, diante da imobilidade dos mandantes.
Aprimorada longa e tardiamente, a sociedade mantém-se através da imaturidade dos dominados. As reais condições de trabalho nessa organização social são as determinantes do conformismo, e não as influências conscientes. Por cima disso, os homens oprimidos tornam-se embrutecidos e distantes da verdade.
Assim, a impotência dos trabalhadores não é somente efeito de uma estratégia ardilosa dos "dominantes", mas sim a consequência lógica da sociedade industrial.
Tal resta evidente ao notar-se que também circunscritos na mandala da 'dominância', em bilateralidade, estão os opressores, equivocadamente denominados "dominadores".
(Caos Markus)
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