Há muitas pesquisas, atuais e confiáveis, denunciando a falta de interesse dos jovens pela prática e discussão de temas políticos. Pouca gente, contudo, arrisca-se a explicar ou a pesquisar quais razões estariam por detrás dessa falta de apetite do jovem pelas questões que envolvem pólítica.
Se nos detivermos na observação do contexto social, político e econômico do país e do mundo, considerando os enormes desafios à frente, é possível perceber que as expectativas, interesses e anseios dos jovens parecem correr em sentido inverso ao debate e da busca de entendimento do fenômeno político. No Brasil, um número cada vez mais expressivo de jovens é afetado pelo agravamento das desigualdades sociais diante da exacerbação da competitividade humana, principalmente nas atividades relacionadas com a sobrevivência.
Deste modelo econômico cada vez mais concentrador de riquezas, determinando a lógica da economia de mercado, com o capital especulativo prevalecendo sobre o capital produtivo, mais profundas são as consequências do desequilíbrio brutal na oferta de empregos, provocando, por efeito dessa instabilidade, o agravamento da exclusão social.
As gerações que viveram sua junventude nos anos 50 e 60 sonhavam com a utopia revolucionária como instrumento de ampla liberdade. Hoje, jovens enfrentam um sistema cujo objetivo é transformá-los sobretudo em consumidores, passivos espectadores da História. Sofrem com o imperativo de curtir o aqui e agora, viver o momento presente, sem possibilidade de sonhar, idealizar, o futuro.
São muitos os desafios. E à juventude, como herdeira desses desafios, compete buscar as respostas. Há de encontrar novas formas de identidades coletivas, reconhecendo a urgência da necessidade de tranformação das relações interpessoais , promovendo-se, assim, a convergência e a identidade grupal.
Reinventar a cidadania, no Brasil e no mundo, é missão cuja premente iniciativa cabe aos jovens, de grandeza tal a não permitir dela abdicar.
( Caos Markus)
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