O conceito de 'moral' reclama autonomia. Porém, os que mais dele fazem uso, intransigentes, não toleram essa autonomia. E se alguém deve ser chamado de hipócrita, posto que verdadeiro traidor, é justamente aquele que atenta contra a própria autonomia.
Porque assim agindo, não admite por fundamento a filosofia, mas adota a ideologia, ocultando as reais condições da existência, valendo-se de valores espectrais, tais como a religião, a propriedade privada e o direito burguês.
Hoje, nesse aspecto, nota-se ausente um 'sujeito histórico', no sentido de 'agente transformador' da sociedade e da consciência, a mesma da qual advém a 'moral'. Pois, o proletariado integrou-se à sociedade unidimensional, disciplinada na administração absoluta; da era pós-industrial, sem oposição nem contradição.
Sociedades assim, sem 'sujeito' ou 'indivíduos', preterem quaisquer esperanças revolucionárias, à mercê do surgimento de um novo agente revolucionário, predisposto a reencontrar o rumo da História.
Contemporaneamente, essa é a nossa sociedade: caótica, carente de agentes históricos, respaldados na moralidade sempre autônoma, e afastados por completo do moralismo intolerante.
(Caos Markus)
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