Eis o dilema: como romper o ciclo fatal de uma história que se naturalizou, perdeu seu papel humano, e, ainda, de uma natureza que se artificializou, tornando-se espectral, irreconhecível e estranha ao homem que nela vive.
O homem contemporâneo, vítima de um expatriamento transcendental, vaga sem norte, distante de uma suficiência racional enquanto primado de um agir articulado, garantia única de pertencer, de fato, a este mundo.
Se o "cogito" cartesiano fornecia uma estável, permanente, referência ao 'sujeito', hoje a própria identidade já é desacreditada. Em decorrência, ao invés do "(eu) penso, logo existo", paira outra indagação: quem é esse 'eu' que pensa através de mim?
Desprovido do aval só possível na certeza dos princípios lógicos da identidade, da ausência de contradições e de uma razão suficiente, cabe a cada um e a todos construir a própria história, repensando, enquanto 'sujeitos', a questão da atividade redimensionada ao nível de outra (re)evolução, a que viabilize perdoar-nos a nós mesmos por nossas injustificáveis ações e omissões.
(Caos Markus)
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