Sobeja e continuamente em debate -sabe-se inquestionável- a industrialização intensiva já não é mais a expressão por excelência do progresso. Em contraposição ao conceito de natureza como objeto disponível e manipulável para a exploração, erguem-se a arte e a gratuidade da estética dignamente desfrutada.
Na dimensão estética delineiam-se as potencialidades liberadoras da imaginação, a produzir e criar, contra a civilização repressiva. Porque a arte transcende as determinações de confinamento ao espaço e tempo, impondo-se vitoriosa sobre a morte. Um outro princípio de realidade contém significância na arte, muito além da submissão à produtividade, superando o fragilizado fundamento assentado no desempenho da competitividade no trabalho conjugado à renúncia ao prazer.
Sob o império de nova concepção, ou caminha-se agora em busca da reconciliação do homem com a natureza, tanto exterior quanto interiormente, no restabelecimento da História da Civilização, ou admite-se a autofagia como o próximo e derradeiro gesto da humanidade. E, vale refletir, na ruína, ausente o estético, restará por arquétipo modelo único de criação, o "ser" que -reproduzido- sequer terá consciência do seu legado, esse mesmo a impulsioná-lo na renovação do estoque de indivíduos semelhantes. O gênero, então, cederá lugar à espécie.
(Caos Markus)
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