Da mesma forma como a superação da barbárie pelo advento da pré-civilização se operou através da incessante aproximação dos povos, e assim sucessivamente, o processo humano tem sido retardado pelos membros mais ambiciosos da família humana que, inconscientes, supostamente promovendo a modificação e a diferenciação das espécies, em processo de seleção natural. atrasa em milhares de anos o processo civilizatório, pelo confinamento oriundo de sucessivas guerras.
A desintegração e o conflito têm, ao que parece, acompanhado o processo das modificações fundamentais dos períodos revolucionários da raça humana. Reconhecer e preparar-se para advento de uma nova época, evitando a análise superficial, pela adoção de critérios de identificação das causas mais profundas e impessoais, será não escolher a alternativa mais pobre de resistir às mudanças.
Como a maior parte da população não herda a cultura conseqüente do acúmulo das experiências da civilização humana, impõe-se o reconhecimento dos malefícios causados pela ignorância, como percepção de uma nova educação norteada para a compreensão da atualidade. O desprezo por essa educação significará perpetuar a ignorância, já considerada como endêmica em nossa civilização
Se a exigência de um governo se fundamenta na condição necessária de relações sociais pacíficas, como forma de regulamento imposto aos sentidos opostos dos objetivos humanos, a sociedade só pode ter menos governo quanto mais sólidas forem suas bases, sempre estabelecidas por um acordo entre os homens, e assegurando-se a economia como um direito geral. Naturalmente, a consciência de uma herança cultural, através da implementação de um projeto educacional voltado para contemporaneidade, mais disciplinaria um novo espírito, voltado para um mundo que busca nascer, não mais dependente de governos fundados na excessiva soberania.
A História registra que todas as nações agressivas no nacionalismo exacerbado e segragador, pereceram juntamente com os seus inimigos. Pois, ainda que todos os homens não provenham de um tipo já definido numa única espécie, resultando, dessas diferenças, linguagens também diferentes, da mesma maneira como outrora conservaram em comum o uso da lança como um desenvolvimento da faca, e o da clava como um rudimento do martelo, superando, todos, a primitiva condição de "pithecanthropos", também agora a aquisição de experiências fertilizará a imaginação, preparando a chegada de um mundo mais justo.
O conflito desordenado de forças individuais, uma vez substituído pela formulação de regras conquistadas pela inteligência, cederá espaço à noção categórica da moral, obtendo-se, assim, a consciência como imperativo acima mesmo da lei.
Sendo a civilização uma educação, à concepção de um ditame intelectual e moral está condicionado o desenvolvimento da razão humana; a primeira renova-se à medida em que a segunda é aprimorada, e, reciprocamente, uma e outra determinam o maior e o menor progresso das relações sociais.
Sociedade e homem são, afinal, mecanismos e produtos da razão consciente.(Marcus Moreira Machado)
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