REMETENTE e DESTINATÁRIO alternam-se em TESES e ANTÍTESES. O ANTAGONISMO das CONTRADITAS alçando vôo à INTANGÍVEL verdade.
terça-feira, 17 de fevereiro de 2009
SEXTA-FEIRA, 27 DE FEVEREIRO DE 2009:"CONSENTIMENTO"
Quando os trabalhadores estão convictos de que a atual distribuição de riqueza é injustiça; quando, na organização de um partido político, os trabalhadores afirmam e divulgam que o sistema atual de propriedade particular é, além de injusto, em nada compatível com a riqueza potencial que eles têm de partilhar; quando os trabalhadores estão extremamente convencidos de que a miséria que sofrem é causada pelo atual sistema econômico; quando os trabalhadores insistem em proclamar que já tentaram reorganizar as instituições políticas sem que lhes fosse possível racionalizar as condições sociais; podemos conjecturar que não faltam os elementos necessários para uma transformação fundamental na sociedade.
Porém, temos aqui a ausência de imaginação dos governantes. Eles não sabem e não querem considerar o pensamento dos seus críticos. Incapazes para grandes concessões, demonstram fraqueza peculiar à ordem ameaçada, bem como a inabilidade de saber quando e em que devem ceder. Têm medo de modificações estruturais, em parte porque, acostumados durante muito tempo na perpetuação do poder, acreditam que o pacto final com a História já foi consumado, e em parte porque o medo do desconhecido os inibe para a faculdade de raciocinar com clareza. Consequência inevitável é que, no exato instante em que sua segurança exige que conduzam a nação para além dos limites que estão acostumados a considerar como garantidos, insistem em permanecer dentro desses mesmos limites. Não concebem a segurança senão em seus próprios termos.
Porque, para manterem essa tênue segurança, os governantes têm de fazer uma de três coisas. É necessário que sejam capazes de desenvolver um restabelecimento até o limite em que desapareça a descrença em sua própria capacidade de governar com êxito. Ou então devem aniquilar toda a democracia que tem sido o seu veículo d expressão política, afim de atacar as instituições históricas da classe trabalhadora, através das quais a descrença na sua capacidade para governar tem sido organizada para se manifestar. Ou, então, devem promover transformações fundamentais que permitem a adaptação das relações de produção às próprias forças de produção. Necessitam, portanto, promover um raro fenômeno histórico: uma revolução consentida.(Marcus Moreira Machado)
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