A opinião pública não é outra coisa senão a consciência da espécie, tanto quanto a própria consciência é apenas expressão -em cada indivíduo- da opinião pública.
O instinto de conservação é que leva a opinião pública a tão-somente aprovar, via de regra, atos favoráveis, direta ou indiretamente, a tudo o que se considera o 'bem' da espécie, em frontal reprovação daqueles outros cujos resultados, supõe-se, possam acarretar o contrário, isto é, causar danos.
A consciência é, em todos os indivíduos, a representante da opinião pública, sua defensora, pela qual cada pessoa se vincula à humanidade.
Aquele que pratica o que julga ser bom, mesmo se contrário ao seu particular interesse; e que morre obscuramente como um herói no cumprimento de um dever, sem esperança alguma de ser em qualquer tempo reconhecido; ele age desse modo porque sente em si uma testemunha do seu heroísmo, ouve da própria voz a aprovação dos seus atos em prol da humanidade. Assim é porque ele possui verdadeiro sentimento de que a opinião pública está ao seu lado, e que só por acaso ela se acha impedida de manifestar-lhe francamente a sua aceitação.
Imperativo categórico, consciência, opinião pública, são, pois, desdobramentos de um só fenômeno: manifestações pelas quais o indivíduo afirma a "solidariedade" da raça. (Marcus Moreira Machado)
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