Ao expressar uma nova composição de forças internas e um novo tipo de articulação do capitalismo brasileiro com o mercado mundial, o regime pós-64 trouxe para o processo cultural uma série de implicações . A busca da integração com a produção industrial moderna, a transferência de capitais externos, a importação de novas técnicas e esquemas de organização produtiva passaram a exigir um reaparelhamento da produção cultural. Novas imposições do mercado, novos padrões técnicos. Por outro lado e por circunstâncias particulares, a forma de dominação política que acompanhou essas transformações no Brasil favoreceu as interferências do Estado no processo cultural. Interferências nada desprezíveis que hoje são notadas nos caminhos contraditórios do agenciamento da cultura e no rigoroso controle político da veiculação de mensagens. Atrelada a cultura às "normas" do capital, impõe-se à intelectualidade sucessivas redefinições, recolocando em novas bases o debate acerca de suas funções e seu lugar social, a composição de novas alianças e o estabelecimento de novas estratégias, em direção a prioridades determinadas por artistas, artesãos e intelectuais, relacionadas aos canais privilegiados para sua atuação, além da escolha de esquemas formais e de linguagem, como tática frente à necessidade primeira de combate às multinacionais do setor.
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