Hoje, é intensa a preocupação com a questão dos valores. Em variados países, nota-se uma juventude profundamente incerta em relação aos valores que, supõe-se, deveriam orientá-la. Os valores associados a incontáveis religiões perderam muito da sua influência; pessoas sofisticadas, de várias culturas, denotam sua insegurança e inquietude correspondentes aos objetivos já insustentáveis e desconsiderados. As causas da desprezada validade na valoração de princípios antes pretendidos estáveis são aparentes, isto é, de fácil identificação.
A cultura mundial, na sua pluralidade de aspectos, assume feição sempre mais científica e relativa. E os primados rígidos, absolutos que outrora nortearam pontos de vista acerca dos valores, mostram-se anacrônicos, atualmente. Por outro vértice, o homem contemporâneo é frequentemente assediado por reivindicações de valores antagônicos e eivados de contradição. Vê-se a impossibilidade de mais fácil adaptação ao sistema dos valores respeitados -num passado recente- como os maiores da comunidade, na coletividade. Agora, a natureza e os pressupostos desse sistema são constantemente examinados e, muitas vezes, rejeitados.
Diante deste quadro -o da desintegração ou colapso dos valores que por longo tempo sinalizaram o caminho de muitas gerações- indaga-se se existem, ou podem existir, valores universais. O quê se percebe é a perda bastante avançada de qualquer possibilidade de uma base geral ou intercultural de valores. Daí, a perplexidade, a natural incerteza a tornar crescente o interesse em uma busca de acesso seguro e significativo de valores que se possam defender como adequados à contemporaneidade.(Marcus Moreira Machado)
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