Decisivos e importantíssimos foram os serviços que ao Brasil prestaram , no primeiro século de sua história, os jesuítas. Sua obra podem ser compreendidas em duas principais fases: a da catequese, que teve como efeito a aproximação com os índios; e da didática implementada, com a fundação de colégios, sendo esses clérigos quase que os únicos professores no estágio inicial da "colonização". Em Salvador, através do colégio dos Meninos de Jesus, o primeiro no Brasil, começou a obra educacional desses religiosos.
É notável, entre outros "êxitos", que esses padres
tenham conseguido erradicar os hábitos da antropofagia no espaço, apenas, de uma a duas gerações.
Muitas cidades modernas resultaram de antigas missões jesuíticas, devendo-se aos filhos de de Inácio de Loyola o "desbravamento" de vastas áreas brasileiras. Sua obra, aliás, não conhecia fronteiras, expandindo-se por toda a América Latina, onde alguns países, a exemplo do Paraguai, conheceram, em sua incipiência histórica, formas especiais de socialismo teocrático, com a distribuição da terra, dividida em lotes, a famílias indígenas, que as cultivavam e nelas ainda mantinham primitivas indústrias.
Dificultaram o trabalho dos jesuítas os ambiciosos preadores de indígenas, os bandeirantes e outros aventureiros, que para os escravizar atacavam as missões e aldeias. Na tentada defesa desse socialismo teocrático, os jesuítas dedicaram-se também a atividades guerreiras, levadas a cabo ao máximo possível, na referência de Loyola, místico e homem de armas a um só tempo.
Nota-se, com efeito, que o socialismo na latina América -mesmo que promovido por uma ordenação religiosa- foi fadado ao fracasso, considerando não faltar, já nessa época, os que atualmente são "reconhecidos" dentre os neoliberais, donos de inescrupulosa e desmedida ambição.(Marcus Moreira Machado)
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