Foi na Idade Média que nasceram as nações. Até então, não se cuidava da diferença entre 'nacionais' e 'estrangeiros'.
Exatamente a este princípio -o do 'Estado Nacional'- se opõe o enunciado do Manifesto Comunista, de l848 (Marx e Engels), constituindo outro fundamento, Internacional de Classe, em agrupamento de todos os trabalhadores, de todos os países, sem distinção de nacionalidade, sob um exclusivo critério -o de ser trabalhador.
Na Internacional de Classe, a burguesia (excluída ou parcialmente admitida) restaria sempre submetida à ditadura do proletariado. Este, então, o 'senhor' do Estado.
O ideal marxista, contudo, não deu nova forma ao Estado, vez que o comunismo puro é o tendente à supressão desse Estado.
Percebe-se que o comunismo afasta o critério da nacionalidade, tanto que a Constituição Russa de 1936 declarava que "os proletários de qualquer nacionalidade gozam de todos os direitos e prerrogativas desta Constituição".
Obviamente, aquela Constituição declarava 'direitos' aos que habitavam o território russo, pois não podia confirmá-los fora dos seus limites.
Daí, uma indispensável constatação: para ter consistência, o Estado necessita de base territorial.
Em outra direção, porém, destacando o 'Homem' acima de qualquer Estado, os anarquistas, na concepção de que "O HOMEM SÓ É CIDADÃO DO UNIVERSO", o próprio 'Estado' deve ser suprimido.
Na definição de Friedrich Nietzsche, filósofo anarquista: "O ESTADO, EIS COMO SE DENOMINA O MAIS FRIO DE TODOS OS MONSTROS".
Tomadas isoladamente, certa idéias anarquistas podem fornecer simplesmente conhecimento vulgar desta concepção, jamais o exato pensamento dos seus teóricos. Porque o ANARQUISMO constitui-se em "doutrina política" deveras superior.
Os anarquistas seguem raciocínio que não pode ser considerado, jamais, ilógico. Numa de suas máximas, isso é inegável: "Minha liberdade, ou minha dignidade de homem (o que vem a ser uma só coisa), consiste em não obeder a nenhum outro homem, e em não determinar os meus atos a não ser de conformidade com as minhas próprias convicções".
De fato, quando comparamos evolução, revolução e ideal anarquista, temos de admitir que "TODA OBEDIÊNCIA É UMA ABDICAÇÃO". E neste sentido, não deve o indivíduo aceitar restrições ao seu desenvolvimento e nem sofrer o jugo de quem pretenda apoiar-se na farsa da 'autoridade'.
O 'HOMEM' não pode estar submetido a coisa alguma, muito menos ao 'Estado', porque a única vitória é a do direito humano, na compreensão de que aquilo a que se dá o nome de 'Direito' não passa de violação aos direitos do homem.
(Marcus Moreira Machado)
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