A cultura de massa é uma psicanálise ao avesso, regressiva.
Ela nem é cultura nem é produzida pelas massas. A sua regra máxima é a 'novidade'. Porém, de modo a não pertubar hábitos e expectativas; impõe uma 'leitura' imediatamente compreensível pelo maior número de espectadores ou leitores.
A cultura de massa evita por isso a complexidade, e o faz através da oferta de 'produtos' à literal interpretação, isto é, minimaliza o entendimento.
Para concluir o seu objetivo, ela recorre a fenômeno conhecido -o de imprimir vários sentidos a uma única palavra (a 'polissemia'). Utiliza, pois, pela mídia, a demagogia da facilidade. Essa dinâmica é o próprio fundamento da legitimidade desse sistema de comunicação.
A chamada 'indústria cultural' merece críticas não por ser democrática, mas exatamente por não o ser.
A mídia transmite uma cultura 'agramatical' e 'desortográfica', de maneira a regredir a educação à condição do 'segredo', conhecimento reservado a uma elite.
Lutar contra a cultura de massa será mostrar a conexão entre cultura massificada e o seu danoso e persistente efeito -a injustiça social.
Esse mecanismo vive da ausência de pensamento autônomo. A exemplo, nos noticiários televisivos, a voz em "off" do apresentador funciona como um superego sonoro, direcionado a 'conclusões previamente decididas' antes mesmo de mero esboço de nossa reflexão.
Indubitavelmente, a cultura de massa, é forma de destituição e de ataque aos direitos humanos, pois destrói a autonomia do pensamento e insufla a mente de preconceitos, adestrando as consciências de forma subliminar.
Os meios de comunicação de massa são, nota-se, o oposto da obra de pensamento, da obra verdadeiramente cultural. Porque, principalmente, nos impede de pensar.
Nesse sentido, devemos então lembrar, sempre, que a cultura é a mais pura expressão dos direitos humanos.
Queremos lutar em favor desses direitos? Lutemos contra a demagogia da facilidade, produzida pela cultura de massa.Marcus Marcus Moreira Machado
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