O Estado deve trazer a felicidade para o homem, entende a filosofia.
O Estado não traz felicidade ao homem, afirma a Sociologia. A exemplo, o Estado grego não trouxe felicidade, porque visava apenas a 'felicidade' de alguns -é a conclusão, no campo da Sociologia.
Não obstante, retirados os critérios 'histórico', 'filosófico' e 'sociológico' do estudo do 'Estado', chega-se ao seu estudo 'político' -aspecto sob o qual é possível de fato entrever o 'Estado'.
Para tanto, necessitamos, antes, indagar: o que é 'Política'?
'Política' é a ciência do governo do povo, do Estado, da sociedade; é a conclusão primeira. Portanto, a 'Política' deverá compreender dois essenciais caracteres: o científico e o artístico. Ela é uma ciência e é uma arte.
Enquanto ciência, a Política busca os princípios sociológicos e filosóficos do governo do Estado.Como arte, investiga o que é conveniente ou necessário à realização do 'bem público'.
Dois campos, com efeito, à nossa frente: o da Política científica e o da Política artística. Somados, um novo aspecto à visão do Estado, de como deve o governo atuar, e de COMO DEVE ATUAR O POVO, vez que na parcela política, essa atuação é a determinante dos meios de execução.
Afinal, os princípios regem os meios artísticos, e a arte, os meios de atuação. A ARTE PRECISA TER CIÊNCIA.
Aliás, resta comprovado, o homem não dá um passo na vida sem que seja guiado por princípios, NORTEADO POR UMA CONCEPÇÃO DE VIDA, dirigido por uma 'filosofia'.
Nesse sentido,basta lembrarmos a intelectualidade italiana: "A filosofia entra em casa sem ser convidada".
Ora, se a metafísica é de grande importância para as outrora chamadas "ciências exatas", também os atos humanos, igualmente a moral, são de extremo valor para o homem que, sem eles, não poderá dar um passo sequer. Prejuízo haverá, se não for norteado por uma 'filosofia', entendendo-a como ciência das causas primeiras, perene, e indicativa de que são também eternas as parcelas científicas.
Assim, conclui-se, a Filosofia como Moral será de grandioso interesse no estudo da origem do próprio Estado. Porque a Moral é eterna, observada a imutabilidade de um 'princípio da Moral'.MUDAM-SE OS COSTUMES, NÃO A MORAL!
Em síntese, observa-se: a Filosofia diz "o Estado deve ser assim"; a Sociologia assevera "o Estado é assim".
Ora, se 'o Estado é assim', eis que presente a Sociologia Política, a Sociologia do Estado. Contudo, segundo a Filosofia, "deve ser assim". Então, teremos de fazer isso ou aquilo para o Estado "ser assim". É o momento em que se apresenta o campo da Política. E nele a convicção de que a natureza das coisas não muda; e não se muda, ante o princípio eterno, filosófico, consistente no 'direito natural'. O direito de quem, vindo ao mundo, a ele deve pertencer.
Um Estado que se distancie desse valor, não governa!
Marcus Moreira Machado
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