REMETENTE e DESTINATÁRIO alternam-se em TESES e ANTÍTESES. O ANTAGONISMO das CONTRADITAS alçando vôo à INTANGÍVEL verdade.
quarta-feira, 26 de dezembro de 2012
DOMINGO, 13 DE OUTUBRO DE 2013: "SÍNDROME DO APEGO OBSESSIVO"
Embora impossível de quantificar, uma percentagem considerável de mulheres satisfaz os critérios que nos permitem identificá-las como detentoras da chamada Síndrome do Apego Obsessivo (pelos vulgos denominada “Mãe Galinha"). Esta designação, na ausência de um termo técnico mais adequado, pretende caracterizar aquelas mulheres que amam demais e que exercem uma proteção exagerada sobre as pessoas que são geralmente o objeto do seu amor, os filhos.
Refere-se à mulher que possui uma forte necessidade de amar, de ajudar, de cuidar, de educar, enfim, uma necessidade compulsiva de ser mãe. E há alguma coisa de mal nisto?
Aparentemente não, até porque estas características são vistas mais como qualidades do que como defeitos e parecem satisfazer plenamente o ideal de mãe, fortemente implantado nas famílias tradicionais. O problema é que, ao amar demais, ama de uma forma obsessiva e neurótica. Ela leva demasiado longe, ou demasiado a sério, o seu papel de mãe, porque não deixa espaço para que as pessoas, objeto do seu amor, se realizem como pessoas autônomas e independentes. A mensagem que este tipo de mãe transmite ao filho é a seguinte: “Você não pode viver sem mim. Você precisa de mim. Você não consegue ser nada sem mim. Mas não se preocupe, eu estarei sempre ao seu lado para cuidar de você, para lhe proteger dos perigos do mundo.
O que ela não consegue ver é que esta mensagem, aceitável se o filho fosse uma criança, torna-se inaceitável e consiste num atestado de incompetência passado ao filho em idade adulta, porque lhe nega o direito de exercitar as suas capacidades, de enfrentar os riscos inerentes à vida e, em última análise, sabota-lhe o processo de desenvolvimento em termos psicológicos.Esta recusa, inconsciente, em efetuar o corte emocional definitivo do cordão umbilical, é originada por um amor castrador da liberdade de expressão, de ação e de escolha por parte do filho e resulta quase inevitavelmente num indivíduo com uma personalidade do tipo dependente: dependente do amor tóxico da mãe, como é óbvio.
A abordagem referida contém contudo um outro significado oculto. No fundo, o que essa mãe está a transmitir sutilmente ao filho é: “Não me abandone, nem me negue o seu amor. Eu preciso desesperadamente de você para me realizar como mãe. Eu preciso que voce precise de mim”. Nesta mensagem subliminar, e portanto nunca expressa de uma forma explícita, encontramos aquilo a que alguns autores designam por “incesto emocional” e que, basicamente, consiste numa inversão de papéis, na medida em que é a criança/adulta que passa a nutrir a mãe.
Geralmente, as mães com essa síndrome orgulham-se da sabedoria que possuem, dos sacrifícios que faz, das privações que sofre, dos prazeres a que renuncia para poder amar, nutrir, e cuidar do filho.
Muitas vezes retrai-se zangada, ferida, amuada, porque se sentiu injustiçada, podendo desenvolver um quadro clínico depressivo.
Esta cobrança de sentimentos, faz com que mãe e filhos reforcem automaticamente os laços de dependência mútua fechando-se hermeticamente num ciclo vicioso repetitivo e, portanto, sem solução.
Ao confrontarmos essa mãe, procurando sugerir-lhe que o seu amor talvez seja excessivo e que o seu investimento emocional no filho talvez seja prejudicial para ambos, ela desarma-nos imediatamente ao responder: “Então não hei de amar o meu filho? O amor nunca é demais. Uma boa mãe tem que amar.”
Infelizmente, é incapaz de estabelecer limites, de demarcar a fronteira entre um amor saudável, firme, equilibrado e um “amor” exagerado, neurótico, servil, absorvente e insaciável.
O amor, em qualquer tipo de relação, precisa aceitar o outro tal como é, de respeitar a sua individualidade e de lhe dar espaço, para que ele construa o seu próprio destino num clima de liberdade e sem constrições sufocantes, o que pressupõe uma relação consigo mesmo, igualmente moldada nessa individualidade preservada.
(copydesk, Caos Markus)
terça-feira, 25 de dezembro de 2012
SÁBADO, 12 DE JANEIRO DE 2013: "A OVERDOSE DO ESTADO"
Na ausência de institucionalização de uma política de mudanças sociais que viabilize restituir ao homem a sua condição de 'objeto' e 'beneficiário' do desenvolvimento, no Brasil, inconsistentes projetos governamentais buscam sanar os problemas estruturais do país pela adoção de critérios paliativos, postergando reformas e investimentos que visem modificar as causas da nossa ruína ética e moral, para fixar organização que cuidam apenas das reais e cruciais consequências.
Acerca do aprimoramento dos 'recursos humanos', enquanto necessidade primordial à geração e utilização de mão-de-obra de alto nível, responsável pela formação e investimento de 'capital humano' nas estratégias do desenvolvimento, em termos econômicos, pode-se descrevê-lo como a acumulação de capital humano e seu investimento profícuo no progresso de uma economia. Em termos políticos, a expansão dos recursos humanos prepara o povo, tendo por meta a participação adulta nos processos políticos, particularmente como cidadão de uma democracia.
Dos pontos de vista social e cultural, o crescimento dos recursos humanos auxilia as pessoas a levarem vidas mais plenas e mais ricas, menos reduzidas à "tradição".
Não fizemos nada disso,salvo raríssimas exceções. Maquiamos o 'capital humano' instituindo um desenfreado processo de diplomação, através de um sem números de cursos desqualificados. E hoje pagamos o preço de necessitar da mão-de-obra especializada dos europeus, abalados em seu próprio capital financeiro, porém, ricos em conhecimento acumulado e consolidado.
Num país como o Brasil, em que mesmo a auto-educação através de leituras, contatos, cursos, palestras, debates, é prejudicada, muito pouco resta para subsidiar a terapêutica mais correta no combate à ignorância. Ignorância que abre outras portas: a da agravante do narcotráfico e da dependência perniciosa do uso de drogas, expressivamente.
Cá entre nós, as drogas como lenitivo às dores físicas e morais, ou como "fuga de problemas" de ordem tanto material como espiritual, revelam um desajuste social ambientado nas discrepâncias políticas e econômicas, muito pouco condizentes com o desenvolvimento do capital humano. Não por coincidência, entorpecente, juventude, delinquência e marginalidade social estão interligados.
Droga mata. Contudo, a droga que mata antes é o desproprósito governamental em eximir-se da responsabilidade pela ineficácia de um modelo jamais comprometido com a educação ampla e dirigida ao progresso individual e coletivo. Colhe-se agora o que há muito se plantou. E como não plantamos (governantes e governados) outra coisa senão a ignorância, e como mais nada mais foi fertilizado senão a corrupção, colhemos os nefastos efeitos da drogadição e do alcoolismo.
Esta é a nossa cultura, literalmente reduzida à pó.
Considerando que 'droga' é ainda sinônimo de 'malogro', 'fracasso', outras "drogas" estão matando o também jovem Brasil. Caminho curto para se chegar a uma nação fatalmente vitimada pela overdose de um Estado que se alimenta do holocausto do seu próprio povo.
(Caos Markus)
segunda-feira, 24 de dezembro de 2012
SEXTA-FEIRA, 11 DE JANEIRO DE 2013: "DÚVIDAS DA IGNORÂNCIA"
"Ignorância vencível" e "ignorância invencível" distinguem-se uma da outra pela dependência e não dependência do nosso esclarecimento, segundo os estudiosos da Lógica. Já a "ignorância culpável" difere da "ignorância escusável" pelo nosso dever em esclarecê-la, no primeiro caso, não sendo nossa a responsabilidade
de explicá-la, no segundo caso.
A "dúvida" também é objeto de estudo da Lógica, definindo-a em "dúvida metódica" (consideranda em 'estado de espírito permanente', face a investigação, como elemento para atingir a verdade); e observando-a como "dúvida universal" (no estado permanente do espírito enquanto referência à certeza, assim verificada nos 'céticos').
Nós brasileiros, de que 'ignorância" padecemos?
Entre nós, alguns poucos monopolizaram a 'certeza' de tal forma a se sentirem autorizados ao muito incerto dever de esclarecer uma duvidosa 'ígnorância'. Outros tantos (ignorantes invencíveis, na grande maioria) não se submetem a qualquer dependência de esclarecimento. Uns e outros têm em comum a capacidade de subverter o verdadeiro conceito de 'opinião' que, conforme ainda a Lógica, deve ser um estado de espírito consistente em pronunciar um juízo que envolve uma dúvida, dependendo diretamente da probabilidade das razões afirmativas.
domingo, 23 de dezembro de 2012
QUINTA-FEIRA, 10 DE DEZEMBRO DE 2013: "PÓS-QUESTIONANDO"
A consciência será sempre consciência intencional de algo, ou seja, 'consciência de'.
Neste sentido, a consciência já nasce (trans) portada para algo que ela própria não é; levada a um ser que a portará, um ser cuja transcendência é dela o objetivo a ser alcançado. Mas, convém ressaltar, ela própria não é esse ser. Por consequência, não há que se considerar com ênfase imerecida qualquer separação clássica entre 'sujeito' e 'objeto'.
Toda consciência é 'de algo' e todo objeto é 'para a consciência de'.
Neste contexto, nota-se, não há a mínima possibilidade de existir consciência intencional do 'não ser'.
É inconcebível até mesmo supor o 'ser' para a 'consciência do indivíduo' como 'inexistente'. Porque o pensamento (na medida em que toda consciência é consciência de alguma coisa) seria desprovida de objeto. E nessa circunstância, conclui-se, restaria confirmada uma impossibilidade, a do 'não ser'.
Cabe-nos, então, pós-questionar: "Ser ou não ser (...)" é devaneio, ou, quando muito, uma permissão poética. Todavia, jamais uma plausibilidade.
(Caos Markus)
QUARTA-FEIRA, 9 DE JANEIRO DE 2013: "A NORMA DA DEMÊNCIA"
O amor à servidão é instituído nas mentes humanas por meio de uma revolução 'sui generis' -a da indução. Não é outra a situação hoje, quando a supressão da verdade tem estimulado gerações à admiração inconsciente de um controle totalitário dissimulado por técnicas de persuasão.
Segmentos sociais estratificados rigorosamente, de forma a conviverem com a alienação, têm buscado na convulsão social uma maneira peculiar de reagir à barreira imposta às classes populares, através de fatos e argumentos considerados indesejáveis pelos chefes políticos. Contudo, essa atitude não é caracterizada pela insubmissão em si. Muito pelo contrário, a servidão é ainda a tônica nessas relações.
Vivemos, assim, sob o império da insanidade, refugiados no asilo da tragédia universal. Contraditoriamente, prevalecem no cenário político-econômico globalizado os "nacionalistas" de direita extremista e os extremados "nacionalistas" de esquerda.
Pela confirmada ineficiência dos totalitarismos, desde a Antigüidade, o aperfeiçoamento de um poder centralizado nas mãos de mandatários políticos e administradores é, no momento, a forma sofisticada de simular o desaparecimento da coação, a fim de despertar credibilidade na servidão.
Os meios de comunicação desenvolveram metodologia compatível com a tarefa pretendida pelos modernos estados totalitários. No Brasil, a verdade oculta dá lugar à mentira deslavada, quando, através dos meios midiáticos, generalizadamente, mas em especial nas programações de TV, difundem-se comportamentos excêntricos como normas admissíveis em sociedades civilizadas, e por isso devendo ser imitados. Profissionalizar a prostituição mal disfarçada, profissionalizar a corrupção, são todas mensagens veiculadas a milhões de brasileiros, com o exclusivo objetivo de condicioná-los a valores torpes, submetendo-os facilmente à servidão.
O que se opera é um eficiente processo de demência, ou seja, voltado a subtrair as mentes dos seduzidos, com a finalidade de forjar a nova "ordem moral", onde a transgressão é modelo de uma socieade amoral. Forte é o apelo para, ainda crianças, ser a maioria sugestionada à adaptação do novo "sistema social", todos isentos de pensamentos ou descontentamentos, colaborando, sobremaneira, com a manutenção desse espúrio regime.
Se até agora sobrevivemos à destruição total pelas armas nucleares, não pudemos, todavia, resistir a essa subliminar opressão a nos precipitar no caos social. Dominação esta, fruto da manipulação da verdade, em detrimento de postulados inalienáveis na evolução (com efetivo progresso) do gênero humano.
Ou retomamos o caminho seguro da recuperação mental, ou continuamos no atalho da nossa degenerescência, dementes cegos à anomalia transformada em norma de conduta.
(Caos Markus)
Segmentos sociais estratificados rigorosamente, de forma a conviverem com a alienação, têm buscado na convulsão social uma maneira peculiar de reagir à barreira imposta às classes populares, através de fatos e argumentos considerados indesejáveis pelos chefes políticos. Contudo, essa atitude não é caracterizada pela insubmissão em si. Muito pelo contrário, a servidão é ainda a tônica nessas relações.
Vivemos, assim, sob o império da insanidade, refugiados no asilo da tragédia universal. Contraditoriamente, prevalecem no cenário político-econômico globalizado os "nacionalistas" de direita extremista e os extremados "nacionalistas" de esquerda.
Pela confirmada ineficiência dos totalitarismos, desde a Antigüidade, o aperfeiçoamento de um poder centralizado nas mãos de mandatários políticos e administradores é, no momento, a forma sofisticada de simular o desaparecimento da coação, a fim de despertar credibilidade na servidão.
Os meios de comunicação desenvolveram metodologia compatível com a tarefa pretendida pelos modernos estados totalitários. No Brasil, a verdade oculta dá lugar à mentira deslavada, quando, através dos meios midiáticos, generalizadamente, mas em especial nas programações de TV, difundem-se comportamentos excêntricos como normas admissíveis em sociedades civilizadas, e por isso devendo ser imitados. Profissionalizar a prostituição mal disfarçada, profissionalizar a corrupção, são todas mensagens veiculadas a milhões de brasileiros, com o exclusivo objetivo de condicioná-los a valores torpes, submetendo-os facilmente à servidão.
O que se opera é um eficiente processo de demência, ou seja, voltado a subtrair as mentes dos seduzidos, com a finalidade de forjar a nova "ordem moral", onde a transgressão é modelo de uma socieade amoral. Forte é o apelo para, ainda crianças, ser a maioria sugestionada à adaptação do novo "sistema social", todos isentos de pensamentos ou descontentamentos, colaborando, sobremaneira, com a manutenção desse espúrio regime.
Se até agora sobrevivemos à destruição total pelas armas nucleares, não pudemos, todavia, resistir a essa subliminar opressão a nos precipitar no caos social. Dominação esta, fruto da manipulação da verdade, em detrimento de postulados inalienáveis na evolução (com efetivo progresso) do gênero humano.
Ou retomamos o caminho seguro da recuperação mental, ou continuamos no atalho da nossa degenerescência, dementes cegos à anomalia transformada em norma de conduta.
(Caos Markus)
sexta-feira, 21 de dezembro de 2012
TERÇA-FEIRA, 8 DE JANEIRO DE 2012: "A MISÉRIA EM TABELA PERIÓDICA"
Ninguém suporta uma realidade imutável. Então, faço de conta que estou completamente sóbrio, só para ser mais um dentre a multidão de abstêmios anônimos. E engulo de cara feia e retorcida o fel da bebida amarga dos agnósticos. A relatividade é a prática dos infratores e dos pecadores e, por isso, vou ao céu para depois voltar ao inferno. A insuportável leveza do meu ser me faz peregrino buscando o norte pela meteórica estrela da minha vida inteira.
Em Paris não tem Corcovado, mas o tango de Marlon Brando com o dedo na manteiga é bem melhor que batucada afoxé made in Brazil na piscina do Nacional da orla marítima. Sou gringo daqui, inventando bondinho lisérgico para atravessar o mundo do muro berlinense reconstruído. E na Lua só não perdi o cordão umbilical da nave mãe porque há muito que tenho São Jorge no meu congá. A minha Terra em Transe tem a rocha de Glauber sempre que o sol se põe no duelo entre Deus e o Diabo. Pindorama é sim a minha alma andina por trás dos montes, em lírica cantiga de roda na boca de soprano bachiano.
Voltei ontem daquela viagem que prometi e não cumpri. No aeroporto, 14 bis entoava minha canção predileta, pensando que a banda tocava pra ela. Todo mundo parou para ver e dar passagem ao cobrador de aduaneira pelo contrabando que não taxa nem é imposto a ninguém. Alegria, alegria era o que mais se via no buffet tropical servido a qualquer um sem lenço nem documento. Os seios de Gal vieram depois quando a festa já terminara e o Brasil todo tinha ido morar com cubanos na Flórida. E do alto daquelas pirâmides mil séculos contemplavam Bonaparte na ilha de Elba, tudo enquanto o cheiro forte de Fidel impregnava um charuto zeppelin pelos ares nas asas da Pan-Air. Em tempos de turbulência, recomendava-se apertar o cinto, pois que era muito fraca a visibilidade nas águas de Netuno. Iemanjá ouvia os atabaques ao longe, na alforria de negreiros navios de um outro Castro.
Em meu aniversário eu preferi Ray Charles, mas disseram que ele nada tinha de lambada tocando piano para a cerveja borbulhar ao rebolado baiano em cena de Broadway. Descobri assim que o único convidado a não vir fui eu mesmo, e fui embora no trem das onze que a minha mãe já tinha morrido e eu não tinha mais casa para olhar. O que vi na estação do metrô foi uma população alienígena formando diversas tribos. Eu queria ver a tal luz no fim do túnel do tempo que não volta mais. O termômetro marcando Rio 40 graus de longitude tropical. E aquela horrível sensação de perigo iminente na escada magirus que perseguia com a sirene ligada um Andraus assaltante de banco de sangue. Testei a minha sorte na roleta bolchevique e o tiro saiu pela culatra, mesmo eu ali, todo vermelho-comum.
As ovelhas fugiram todas da minha casa de campo; de pau-a-pique e sapê, todas as músicas que aprendi nos discos não foram o suficiente para aprender Dom e Ravel.
Que dó maior esse o que tenho do estribilho nos meninos de rua! Faço de conta que não é comigo e sou capaz de virar poeta de vanguarda, decantando o bagaço da usina nuclear. Afinal, a essência - dizem - não é volátil, e na natureza nada se perde, tudo é por acaso.
Vem comigo. Se você disser que vem às 4, tornar-se-á responsável tanto quanto eu pela rosa de Hiroxima. De nada vai adiantar chamar por Exupery na terra dos homens. Aqui somente o homem que calculava é capaz de dividir tanta miséria em tabela periódica.
(Caos Markus)
quinta-feira, 20 de dezembro de 2012
SEGUNDA-FEIRA, 7 DE JANEIRO DE 2013: "O AMOR QUE NOS PREPARA"
Eu quero lhe falar do meu amor que, apesar das aparência, resiste. Ainda que tenhamos essa fisionomia grave, sisuda, de quem vive (vive?) em meio a tanta turbulência, a tanto disparate.
A vida é a mais pura adrenalina, muito mais que purpurina. Só se brilha quando se emociona, e sentir-se vivo é comungar a a harmonia da fantástica saga do ser humano na Terra, nas Paixões, nos infortúnios, na alegria de se reconhecer uma parte significante desse incomensurável universo que a todos nos toca pela sensibilidade extrema e superior de um mestre que conosco quer celebrar o milagre da criação. Agora já não somos mais pessoas dispersas e atônitas diante do desconhecido; antes, pulsamos as vibrações de entidades fraternas na busca da reconciliação entre o início, o meio e o fim. Pois que não existe o flagelo da morte e sim o doce encanto da vida a nos chamar para si, a nos conclamar para a união pela identidade espiritual.
Nossas almas são muito mais do que as vulgares exigências de um mundo obsoleto inventado pela covardia e fraqueza mundanas. Em cada um de nós há uma revelação que não conseguimos negar, e a que devemos render homenagens. Revela-se aos nossos corações a nobreza do amor transcendente à debilidade de sistemas falhos e provisórios.
Queremos um do outro as mãos apertadas em cumprimento de felicidade compartilhada; precisamos um no outro a mesma alma gêmea. Porque o que nos separa são ambições fundadas no receio do confronto com o limite único e verdadeiro, a tênue demarcação daquela que, sabemos todos, é propriedade coletiva - a imortalidade. Viemos de uma mesma fonte e é para ela que a todo instante voltamos.
Temos, isso é certo, medo de amar. Porque essa é uma atitude que exige responsabilidade. O ódio, ao contrário, é a rendição do ser humano à irresponsabilidade típica dos que têm medo da vida. Viver é proclamar o império da solidariedade, é exaltar a pátria da justiça no alicerce moral da existência fraterna.
Não fosse o amor, e já teríamos sucumbido às agressões de tantos quantos elegeram a discórdia como conquista vil da raça humana.
Quero estar vigilante para poder, acordado, bradar aos quatro cantos em alto e bom tom o grito de alerta: "Desesperar jamais!"
Não se trata de otimismo homeopático, mas sim de resgate necessário à sobrevivência da espécie humana; resgatar o que se nos é comum e essencial - o sentimento maior que nos aproxima uns aos outros. Não existe acaso diante do Universo, e não estamos, pois, nesse mundo senão por um propósito determinado; estarmos aqui agora não é isolamento, é preparação.
(Caos Markus)
DOMINGO, 6 DE JANEIRO DE 2013: "O CONFRONTO NO CONFLITO"
Restritos estamos a um círculo vicioso, em que transformações estruturais fundamentais urgem, reclamando presteza nas mobilizações, e, no entanto, são imediatamente recusadas por governantes insensíveis ao significado das premissas alheias.
Essa situação é caracterizada pela constatação do conflito social num quadro de violência entre as partes envolvidas, só podendo ser evitado com a compreensão das reais proporções da tragédia.
A natureza do conflito e do confronto está em tudo quanto concorre para dar o caráter atual da nossa sociedade. Podemos, sem dúvida alguma, preparar-nos para suprimí-lo, construindo uma nova civilização, em tudo diferente do que qualquer outra que tenhamos visto até hoje. Ou, ao contrario, podemos resistir à sua marcha, com irreparável prejuízo para as gerações contemporâneas e as vindouras.
Precisamos - isso sim! - descobrir quais as causas mais profundas e impessoais dessa beligerância, e não mais atribuí-la exclusivamente à vontade caprichosa de homens de má-fé.
Essa descoberta só é possível com investimentos numa educação melhor adaptada ao caráter do nosso tempo , porque a maior parte da nossa população ( e aqui incluem-se os governantes) não é atingida, de modo profundo pela nossa herança cultural; segue pela vida sem consciência das forças que regem o seu destino, sendo presa fácil , nas grandes crises, de receitas paliativas, e irrefletidamente cai sobre quaisquer indivíduos, se persuadida de que eles são os responsáveis pelos seus males.
(Caos Markus)
SÁBADO, 5 DE JANEIRO DE 2013: "MAIS CULTURA, MENOS GOVERNO"
A descontinuidade no progresso do ser humano não se resolve tão- somente pela observação da sua variedade. Senão, como explicar que há vinte e quatro séculos os gregos possuíam um grau de civilização muito superior ao da atual população? Como entender que há apenas três séculos atrás os parisienses esvaziavam os seus vasos noturnos nas ruas, enquanto que há dezenove séculos passados Roma possuía um excelente serviço de esgoto?
O progresso humano, assim, não só lento, é também interrompido muitas vezes pela ignorância. Quatro ramos de parentes de uma única árvore genealógica racial, a superioridade ou a inferioridade de determinarmos grupos humanos devem-se exclusivamente à permuta de idéias e experiências no primeiro caso, e ao isolamento, no segundo. O encaminhamento, por exemplo, de muitos povos de partes diferentes do mundo para o vale do Rio Nilo, como passagem obrigatória nas viagens das raças primitivas de uma região para outra, sempre à procura de alimentos e abrigo, propiciou, pela concentração de grande massa humana, constituída por homens vindos de lugares tão frios como os das geleiras ou tão quentes como os do mar, um acréscimo às idéias individuais, pela troca de hábitos diferentes em culturas distintas.
Da mesma forma como a superação da barbárie pelo advento da pré-civilização se operou através da incessante aproximação dos povos, e assim sucessivamente, o processo humano tem sido retardado pelos membros mais ambiciosos da família humana que, inconscientes, supostamente promovendo a modificação e a diferenciação das espécies, em processo de seleção natural. atrasa em milhares de anos o processo civilizatório, pelo confinamento oriundo de sucessivas guerras.
A desintegração e o conflito têm, ao que parece, acompanhado o processo das modificações fundamentais dos períodos revolucionários da raça humana. Reconhecer e preparar-se para advento de uma nova época, evitando a análise superficial, pela adoção de critérios de identificação das causas mais profundas e impessoais, será não escolher a alternativa mais pobre de resistir às mudanças.
Como a maior parte da população não herda a cultura conseqüente do acúmulo das experiências da civilização humana, impõe-se o reconhecimento dos malefícios causados pela ignorância, como percepção de uma nova educação norteada para a compreensão da atualidade. O desprezo por essa educação significará perpetuar a ignorância, já considerada como endêmica em nossa civilização
Se a exigência de um governo se fundamenta na condição necessária de relações sociais pacíficas, como forma de regulamento imposto aos sentidos opostos dos objetivos humanos, a sociedade só pode ter menos governo quanto mais sólidas forem suas bases, sempre estabelecidas por um acordo entre os homens, e assegurando-se a economia como um direito geral. Naturalmente, a consciência de uma herança cultural, através da implementação de um projeto educacional voltado para contemporaneidade, mais disciplinaria um novo espírito, voltado para um mundo que busca nascer, não mais dependente de governos fundados na excessiva soberania.
(Caos Markus)
SEXTA-FEIRA, 4 DE JANEIRO DE 2013: IMPENSADAMENTE"
Os sábios acreditam que há hierarquia de feitos, podendo existir entre eles uma ordem criteriosa. Eles têm razão, uma vez que sem isso não haveria Ciência, de há muito confirmada a sua existência. É suficiente abrir os olhos para ver: as conquistas da indústria, a enriquecer tantos homens práticos, jamais teriam surgido, se estes homens práticos não tivessem sido precedidos por loucos desinteressados que morreram pobres, ocupados apenas em dedicarem-se à engenhosidade, e não à utilidade de seus empreendimentos.
Estes loucos têm economizado a seus sucessores o trabalho de pensar. Logo, pois, a maior parte dos homens não gosta de pensar, e isso, por outro lado, é um bem, posto que o instinto os guia. Mais amiúde, acima da razão, nos guiaria uma inteligência pura, sempre que se buscasse um fim imediato. Pois, o instinto é rotina, e se pensamento não o fecundasse, não progrediria mais no homem que na abelha ou na formiga.
É necessário, então, pensar por aqueles que não querem pensar. E como estes são numerosos, é preciso que cada um dos nossos pensamentos seja o mais útil possível. Por isto, uma norma será tanto mais sábia quanto mais geral e ampla seja.
(Caos Markus)
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