SEXTA-FEIRA, 11 DE JANEIRO DE 2013: "DÚVIDAS DA IGNORÂNCIA"
"Ignorância vencível" e "ignorância invencível" distinguem-se uma da outra pela dependência e não dependência do nosso esclarecimento, segundo os estudiosos da Lógica. Já a "ignorância culpável" difere da "ignorância escusável" pelo nosso dever em esclarecê-la, no primeiro caso, não sendo nossa a responsabilidade
de explicá-la, no segundo caso.
A "dúvida" também é objeto de estudo da Lógica, definindo-a em "dúvida metódica" (consideranda em 'estado de espírito permanente', face a investigação, como elemento para atingir a verdade); e observando-a como "dúvida universal" (no estado permanente do espírito enquanto referência à certeza, assim verificada nos 'céticos').
Nós brasileiros, de que 'ignorância" padecemos?
Entre nós, alguns poucos monopolizaram a 'certeza' de tal forma a se sentirem autorizados ao muito incerto dever de esclarecer uma duvidosa 'ígnorância'. Outros tantos (ignorantes invencíveis, na grande maioria) não se submetem a qualquer dependência de esclarecimento. Uns e outros têm em comum a capacidade de subverter o verdadeiro conceito de 'opinião' que, conforme ainda a Lógica, deve ser um estado de espírito consistente em pronunciar um juízo que envolve uma dúvida, dependendo diretamente da probabilidade das razões afirmativas.
Julgando verdadeiro o falso ou reputando falsidade à verdade, num estado de espírito não apenas circunscrito à ausência de conhecimento, mas também limitado pelo 'erro' característico da negação da própria verdade "idealistas" empolgam-se com o pensamento como causa e fim do conhecimento, esquecendo-se, porém, da 'experiência' como aproximação da 'realidade'. Dão continuidade à concepção da verdade e do mundo negando a objetividade dos dados coletados.
Falta-nos hoje recuperar o sentido das palavras. Justamente agora, quando pressupõe-se a mais ampla elucidação proporcionada pela multiplicidade nas fontes das técnicas e tecnologias modernas, ocorre a nossa maior ignorância a respeito da existência humana, ensejando o conhecimento pela hermenêutica como norma de interpretar o sentido das palavras, todas por demais desgastadas no formidável 'condicionamento' da 'aldeia global'.
Mesmo admitindo "que ninguém pode verdadeiramente conhecer a si mesmo", também não há como deixar de registrar que o homem civilizado procura atingir o mais alto grau de perfeição, sentindo intuitiva e intimamente o reflexo, em si próprio,de uma inteligência maior que a sua.
Por isso mesmo, a 'certeza', como origem moral, fundamentada nos princípios gerais e universais da conduta humana, somente poderá buscar a promoção do 'bem' como enriquecimento do ser humano, pela evidência intrínseca, já não mais dependendo de referência baseada em uma autoridade, privilegiando as premissas do raciocínio como recurso da argumentação, exclusivamente.
(Caos Markus)
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