SÁBADO, 23 DE FEVEREIRO DE 2013: "INDIVIDUALMENTE COLETIVA"
A certeza de cada um está em imaginar que o outro nada sabe, porque essa é a melhor maneira de não se admitir nas próprias incertezas. Mas, em comum temos, todos, os dias todos, todos iguais, cheios de esperadas e não desejadas surpresas.
Jamais fomos ou conseguimos de fato ser, e então inventamos divisões, demarcações, fronteiras através de idéias (que ninguém as tem por definitivo), pela cor (que todos têm), por isso e mais aquilo (a mais pura falta de ser).
Por isso, eu espero você onde -sabemos- não estaremos juntos: em mim mesmo e em você própria. Você se capacitando para ser uma possibilidade; eu me possibilitando à sua incapacidade.
Que mania a necessidade de tantas diferenças, para ao fianl sermos assim tão iguais! Que inexplicável compulsão, cheia de razões a inexplicar tudo o que é mais simples, como o medo é, como é a breve loucura de não chegar lá porque não se sabe aonde é, e nem se é, ou porque é, ou deva ser...
Você acha Freud ultrapassado, mas a libido não é. Você acha a família superada, mas quer ter uma. Você me acha retrógrado, e ainda me quer. Quanta coisa você diz que não é, só porque de fato é. Que estranha mania de não ser! Assim, precisando sempre que eu nada seja, além do que você possa ser e nunca será.
E como fica tudo tão difícil! A gente tão perto e tão distante;"direita" e "esquerda" que já fomos um dia, que seremos ainda noutro.
Vem comigo, vamos passear no parque, tomar sorvete, comer pipoca.
Depois, a gente diz para todo mundo que estamos muito felizes, que já fizemos a nossa mais particular revolução, e que ela deu certo, com direito a flores e cartãozinho de "eu te amo", e de "quero ficar com você pela eternidade da minha vida". Vem, vamos ser babacas, porque é isso que todo mundo na verdade é.
Então, tudo mal feito, nada será como antes: meio à toa, a gente vai se desculpar; não um ao outro, porém, cada um a si mesmo, que é para não arredar pé das tantas convicções, das tantas ideologias ficcionadas como pretexto maior a essa formidável insegurança individualmente coletiva.
(Caos Markus)
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