REMETENTE e DESTINATÁRIO alternam-se em TESES e ANTÍTESES. O ANTAGONISMO das CONTRADITAS alçando vôo à INTANGÍVEL verdade.
quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013
QUARTA-FEIRA, 27 DE FEVEREIRO DE 2013: "NOVA CLASSE SOCIAL NA EUROPA"
PRESIDIÁRIO POR VONTADE PRÓPRIA: A NOVA CLASSE SOCIAL NA EUROPA
EM PORTUGAL, PAÍS ONDE O DESEMPREGO SUPERA 16% (A TERCEIRA MAIOR TAXA DA EUROPA, DEPOIS DE ESPANHA E GRÉCIA), PRESO QUER FICAR NA CADEIA
Diante da pior crise econômica e social do país em mais de 30 anos, Portugal vive uma situação inédita: ALGUNS DOS PRISIONEIROS QUE TERIAM DIREITO DE PASSAR PARTE DA PENA NA CASA DE SUAS FAMÍLIAS ESTÃO ABRINDO MÃO DESSE PRIVILÉGIO PARA NÃO PESAR NO ORÇAMENTO FAMILIAR.
A informação é de Julio Rebelo, presidente do Sindicato Independente da Guarda Prisional. Ele confirma que as prisões portuguesas vêm registrando um número cada vez maior de detentos que optam por ficar na cadeia. "Nunca tinha visto isso em meus quase 20 anos trabalhando no sistema carcerário. Em Portugal temos um sistema que permite que certos prisioneiros possam passar até três dias da semana em casa, mas, dada essa opção a alguns deles, o que verificamos é que vários têm escolhido ficar na prisão. Quando perguntamos o motivo, a resposta é muito clara: NÃO SER UM PESO FINANCEIRO AINDA MAIOR PARAS SUAS FAMÍLIAS. Não temos dados exatos de quantos são esses detentos, porém, a proporção não é insignificante e REVELA MUITO DA CRISE QUE VIVEMOS. Não é normal que alguém prefira estar dentro da prisão do que em sua casa".
Os dados sociais portugueses são, de fato, graves. A recessão deve aumentar em 2013, enquanto salários e aposentadorias são cortados. Ontem mesmo, o governo anunciou que a contração do PIB este ano não será de 1%, como se previa, mas de 2%. No fim de 2012, o quatro trimestre do ano registrou queda de 3,2% na economia portuguesa.
No total, o país já perdeu 2% da população, com o governo estimando que MAIS DE 220 MIL PORTUGUESES ABANDONARAM LISBOA, PORTO E CIDADES MENORES, em busca de trabalho em Angola, BRASIL, Alemanha e Suíça.
Partidos de oposição e sindicatos insistem que a política de austeridade tem levado o país a registrar mais um ano de recessão. Mas a União Europeia rebate que apenas continuará a liberar os recursos do resgate para Portugal se Lisboa mantiver seus planos para reduzir seu déficit.
A política de austeridade tem criado uma situação crítica nas prisões. Além do corte no orçamento, há um número recorde de detentos.
Hoje, mais da metade das prisões do país estão superlotadas. Três delas recebem mais que o dobro dos presos que deveriam: Angra do Heroísmo (taxa de ocupação de 251%), Elvas (234%) e Portimão (214%).
O temor é ainda maior diante da possibilidade do aumento de casos de corrupção dentro da prisão, por conta da crise. Isso porque produtos de higiene e outros itens básicos começaram a ser cortados. O resultado é a ação de guardas vendendo os produtos aos detentos.
Nas 53 prisões portuguesas,segundo dados de 2012 da Direção-Geral dos Serviços Prisionais de Portugal, existem 13 mil prisioneiros, dos quais 2,5 mil estrangeiros. Segundo a entidade, 325 são brasileiros. Trata-se da segunda maior nacionalidade, superada só por Cabo Verde, com cerca de 700 prisioneiros.
(copydesk, Caos Markus)
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