REMETENTE e DESTINATÁRIO alternam-se em TESES e ANTÍTESES. O ANTAGONISMO das CONTRADITAS alçando vôo à INTANGÍVEL verdade.
segunda-feira, 17 de dezembro de 2012
QUARTA-FEIRA, 26 DE DEZEMBRO DE 2012: "CUPIDEZ"
A luz intensa da razão tem sido de pronto rejeitada por uma grande maioria, mais inclinada ao poder da ilusão no império das sombras que ao "sofrimento" inerente à sabedoria e à verdade. A vista turva não tolera o fulgor da percepção irrestrita. Assim, a frivolidade convive com a embustice, co-responsáveis pela impudência como prática dos pusilânimes. E complexos teoremas cuidam de dissimular espetacular vileza, equacionando de maneira aparentemente aceitável quaisquer divergências que possam suscitar riscos à supremacia da simulação.
Sistematicamente arquitetando construções de pensamentos voltados para a manutenção de uma mentalidade espartana, cada um de nós conclui pela eliminação do que é mais exato, cedendo aos encantos do que se mostra mais fascinante. Por isso essa sensação de caminharmos sobre esteira rolante, no incerto destino do eterno regresso. Por isso esse devaneio a adiar o concreto, em promessas que concedem tão somente um lenitivo, procurando impedir o verossímil. Por isso essa faculdade do poder em aproximar a casagrande e a senzala, limitando-as pelo que têm em comum -a imbecilidade dos radicais.
Os tempos, todos eles, se parecem. E os problemas de hoje se parecem muito aos de ontem. no enredo igual dos iguais homens. Quando renunciamos ao mal e às suas pompas o fazemos menos por não admiti-lo, menos por repugná-lo, do que por não estarmos à sua altura. E, se por algum momento evocamos um poder infinito, maior que o nosso, somos frágeis demais, sem a mínima estrutura para suportá-lo. A angústia daí advinda é prova cabal de uma justiça sem mérito, fruto apenas do cumprimento das leis e mandamentos pré-ordenados para a garantia provisória de uma serenidade procurada exteriormente, e não pela semelhança com o mais elevado espírito.
Diante do desmoronamento moral em que nos encontramos, vazios de substâncias, decretamos o nosso aniquilamento a cada dia, somente sendo possível evitarmos essa destruição se admitirmos decisões que importem na aceitação das advertências que conhecemos mas, no entanto, fingimos ignorância. Os fundamentos da existência vacilam ante a recusa das vozes mais íntimas, aquelas que dizem que todo os sistemas falhos estão prestes a ruir, pois que não têm respeitado a verdade acima deles mesmos, independente das fronteiras impostas às consciências forjadas na cupidez.
(Caos Markus)
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