Muito da vida é o pouco que fazemos por nós mesmos, ocupados que estamos em negá-la, sem ao menos nos dar conta dessa auto-traição. E se a percepção de conduta assim tão destrutiva é, por regra, ausente em cada um, a soma no alheamento tem por resultado frágil simulação de sensações. Mas, como tudo corre em direção sempre exclusiva, do sensacional ao emocional mal se vê o ilusionismo marcado de sentimento.
É neste, então, a morada nômade da mlgada humanidade sedentária. Amor, ódio, rancores, paixão... Criações, todos, de primitivos seres na longínqua jornada do decurso do tempo mais e mais veloz que a fantasia de se ir além. .
Transforma-se e não transmuta-se. Na formação constante, imagina-se transcendência. Contudo, nada ascende; senão, tão-somente confirma-se na descendência o decadente a multiplicar a singularidade, determinando padrão. Daí, toda a pré-concepção; por isso, o incerto na via do conceito, elaborando orgia póstuma a grandezas imensuráveis, carentes mesmo do valor exaltado enquanto norma individual rumo ao plural absolutamente ignorado.
Pensar isso, nisso raciocinar, é reter legitimidade ao mais aguçado sentimento: a angústia, ou a dor da angústia -aquela a abreviar minutos, reduzindo os segundos, devolvendo o homem a insignificância da sua permanência na vida.
À pequenez agigantamos olhar cerrado. como possível fosse na cegueira desenhar contornos. Entorno é, sim, limite, ao derredor na vizinhança.
Na solidão da reconhecida orfandade não se admite adoção, porque -crença-, será a visão reflexa da mater/paternidade não adquirida.
As minhas, as nossas faltas são, pois, a falta da identidade a tornar comum uma só voracidade: a que nos faz a todos devorar , em comunhão do flagelo já feito oração, substantiva e conjugada como adverbial, ao modo de todo ou qualquer tempo, porque atemporal a finitude oculta, encerrada na plataforma do inconsciente a fugir da superfície. (Marcus Moreira Machado)
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