Mal iniciado este século, o retorno ao passado, no que ele representou de mais conservador, parece ser a meta de um futuro próximo. Retroceder ao tempo de um Estado soberano, formal e essencialmente burocrático, onde nação é mero pretexto e nunca um sincero propósito, tem sido habitual em nossos dias. No dizer de Medard Boss, "a verdadeira, a grande bomba atômica já estorou séculos atrás; falamos daquela bomba atômica espiritual, a qual começou a atomizar e pulverizar nosso mundo, quando as ciências naturais-analíticas declararam serem as coisas de nossa terra e de nosso céu um simples acúmulo de massas moleculares e de movimentos ondulatórios, e assim as destruíram como coisa que eram até então".
Ao passo em que os avanços da tecnologia moderna deveriam propiciar um progresso generalizado e extensivo à toda população do planeta, exatamente o contrário é que mais corriqueiramente se verifica desde a expansão econômica advinda com a Revolução Industrial, demonstrando ser expressão da verdade a consideração de que "os meios pelo homem criados para aumentar seu bem-estar, notadamente os que lhe dão mais força ou segurança, são naturalmente aqueles que ele vai utilizar para se fazer mais forte na guerra, a fim de dominar ou tentar dominar os outros". Com efeito, justamente quando o aparato das ciências aplicadas atinge o seu maior estágio é que a humanidade se percebe totalmente desprotegida, vítima
-execravelmente- da miséria e da violência.
(Marcus Moreira Machado)
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