Considerando as mudanças que atualmente se processam nos modos de produzir e consumir, as expectativas de parte das famílias de alunos (bem como as das instituições sociais, em geral), se voltam em especial para importantes aspectos decorrentes dessas transformações no processo de 'formação humana'. Um pressuposto de ordem abrangente tem-se firmado quanto à interdependência necessária dos serviços prestadores de ensino e a destinação profissional dos educandos; ou, as formas de trabalho mediante as quais possam se tornar elementos "prestantes" a si mesmos e à vida social.
Se em outras épocas outros conjuntos de relações a este se sobrepunham, agora isso não mais ocorre. Portanto, precisamos admití-lo importância relevante na compreensão das tendências culturais contemporâneas.
Já por outro lado, poucas são as liberdades culturais, no vazio econômico, que possam ser mesmo desfrutadas; e, na mesma condição, tal escassez não é suprida sem o emprego dos recursos produtivos comunitários ou a aplicação recorrente da economia social.
No que toca aos serviços de ensino, todo e qualquer plano que desconsidere objetivos econômicos -relacionados com a concepção de maior produtividade social, da qual advenham subsídios financeiros suficientes- será mera divagação, desprovida de sentido real.
A sociedade paga pelo que recebe. Se as escolas não estiverem 'produzindo' satisfatoriamente (ou de modo que a sociedade perceba que os serviços prestados lhe tragam reais benefícios), não poderão contar com os recursos indispensáveis à sua manutenção e ao seu progresso. Tanto que, os estudos econômicos, em sua atual compreensão, não ressalta somente modos e formas de produção, porém, ainda, os de consumo e os de sua correlata distribuição. O seu conceito básico é o de um desnível entre uma coisa e outra, a insuficiência de bens, ou, noutros termos, o 'deficit' entre o montante desses bens e o valor ideal que possa satisfazer todas as carências humanas.
Ora, o pressuposto de todos os modelos na economia é que o 'sistema econômico' deva tender a elevar os índices de produção de consumo "per capta" -seja em mercadorias, seja em serviços. O que não se consegue, é claro, sem investimentos em 'educação popular'. Com efeito, sob este aspecto, os conceitos de 'educação' e de 'economia' são interdependentes, vez que os serviços do ensino público representam 'investimento remunerador', porque fazem crescer a produção. O que vale dizer: investir em educação popular é gerar riqueza. O equivalente a afirmar, então: educando a economia, assegura-se à sociedade, no todo, o usufruto de bens e serviços no processo final da produção, garantindo-se a manutenção das liberdades culturais de indivíduos e de múltiplos segmentos.(Marcus Moreira Machado)
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