Se o sistema educacional, tal qual outros sistemas, é desenvolvido para ser auto-regulável, ele deve então ser capaz de alterar e acrescentar sua própria atuação. Dele se espera, sobretudo, seja habilitado a aprender, precisando possuir meios de mensurar sua produção atual, comparando-a com o que deveria fazer.
Realizadas estas funções, se lhe impõe necessária aptidão a fim de alterar o que produz, de maneira a amoldar seu comportamento à meta defenida.
Para tanto, preliminarmente, é indispensável admitir que um planejamento adquire conhecimento de si mesmo e do ambiente onde funciona por meio de cadeias de comunicação dispostas através dele próprio, no contexto das sua desenvoltura. Determinante do procedimento desse sistema sempre será a informação, considerada em co-respectivas qualidade e quantidade. Porque falsas, errôneas, equivocadas informações tendem a desequilibrar ou destruir qualquer conjunto estruturado.
A relevância em sua quantidade é fundamental e decisiva na sua eficiência.
Se de fato a comunidade educacional busca introduzir o máximo de dados e indicadores aos seus métodos, recebendo a colaboração de outras especialidades na escolha de melhores estratégias, os resultados, todavia, ainda são pouco ou quase nada satisfatórios. A causa mais aparente deste fracasso é a ausência de visualização sistemática como um todo dinâmico. Pois o quê mais comumente se vê é a minimização do esforço dirigido a identificar as dimensões da educação, na correlação de uma parte às outras, cuja somatória alcançaria, por fim, a visão do conjunto.
Estático, nem por isso o nosso processo de educação tem sido inerte. Afinal, inócuo, traz imensos prejuízos ao desenvolvimento do país, vez que a omissão atua onde deveria protagonizar a efetiva ação, restando aos alunos o papel de figurantes, tudo assistido por uma platéia a rir de burlesco enredo.
(Caos Markus)
REMETENTE e DESTINATÁRIO alternam-se em TESES e ANTÍTESES. O ANTAGONISMO das CONTRADITAS alçando vôo à INTANGÍVEL verdade.
sábado, 22 de outubro de 2011
sexta-feira, 21 de outubro de 2011
SEGUNDA-FEIRA, 14 DE NOVEMBRO DE 2011: "O VERAZ NA LIBERDADE"

'Existir' e 'ser' são termos cujas acepções não constituem sinonímia entre si, quando discriminados na singularidade que se lhes imprime específicas significâncias. Porque só através do ato mental poderá 'exisitir' o quê, isoladamente, apenas 'é'.
De fato, a existência não é uma condição, um estado. Antes, ela é o 'ato' de transição do 'possível' ao 'real'. Afinal, considerado em seu étimo, 'existir' significa 'partir daquilo que se é ("ex") para se estabelecer ("sistere") na dimensão da concretude, ao nível da realidade precedida pela restrita 'possibilidade'.
Para existir, contudo, não é suficiente a passagem de um a outro estágio. As alterações da matéria preexistem em suas causas e não há, nos fenômenos físicos, o surgimento da novidade portadora do atributo de qualquer transformação. O
A verdadeira existência e o autêntico 'devir', ou seja, a genuína mudança de estados e m si mesma considerada, encerram o pressuposto da 'liberdade'.
A 'existência', infere-se, é privilégio do 'ser' humano. Todavia, não se deve crer na fruição deste dom presente em todos os homens, pois são muitos os tragados pela 'massa' ou sujeitados à condicionante, ao "se" que os inibe na realização de escolha veraz. Estes não possuem verdadeira existência, considerada a impossibilidade de fixação definitiva da própria existência, a exigir constante transcendência, determinante de ultrapassagens a partir do que já somos, rumo a existência, pela livre realização, de um mais-ser.
(Caos Markus)
quinta-feira, 20 de outubro de 2011
DOMINGO, 13 DE NOVEMBRO DE 2011: "COORDENAÇÃO E ORDENAMENTO"

Inegável, do ponto de vista de sua legitimidade, de sua capacidade funcional e de sua comptência técnica, o Estado brasileiro vive uma crise generalizada. São crises intensas que, tendo iniciado originariamente com feições específicas em cada subsistema (político, econômico, social e cultural), e expressando-se sob a forma de baixa representatividade, de ineficácia na gestão econômica, desintegração cultural e motivacional, com o tempo fundiram-se -no plano institucional- numa ampla crise de racionalidade. Imediata consequência, notam-se ainda, no contexto da sociedade, os desdobramentos desta mesma crise, não incorrendo em equívoco afirmar que o Brasil está ameaçado, com a fusão desses colapsos, por uma crise global, que, evidentemente, levará o país a uma ruptura da matriz institucional e organizacional da sociedade pátria.
Cada vez mais saturado em suas funções e papéis, esse Estado prestensamente social tem-se revelado incompetente para dar conta de novos e complexos conflitos. E vitimado pelas suas próprias contradições internas, sobrecarregado por crescentes demandas sociais, estigmatizado por ausência de legitimidade, além de atingido por aguda crise fiscal, esse Estado está, assim, ingressando num período de ingovernabilidade, perdendo sua capacidade de adotar, eficaz e oportunamente, decisões importantes, desde as mais simples até as mais complexas, frente aos diferentes antagonismos sociais.
Preocupados, cada um consigo próprio, nós, os "governados", não nos ocupamos de tarefa jamais individual, sempre coletiva: a da (co)ordenação, única capaz de enfrentar a falência do ordenamento ditado pelo Estado através das suas normas ineptas, somente úteis à manutenção do poder nas mãos de castas distanciadas da estratificação social.
(Caos Markus)
quarta-feira, 19 de outubro de 2011
SÁBADO, 12 DE NOVEMBRO DE 2011: "A CULTURA IRREFLETIDA"

A dispersão da linguagem filosófica, hoje acentuada, traduz uma profunda crise cultural. Vivemos numa época no mínimo intrigante, na qual, em se tratando de filosofia, qualquer um pode dizer qualquer coisa, sem causar surpresa alguma em alguém. Sob as formas mais diversificadas, com os conteúdos mais exóticos e grande variedade de modos expositivos (ou, múltiplos padrões de comunicação e pluralidade nos modelos de pesquisa), toda cultura que de fato mereça apreço deve comportar uma atividade reflexiva. Também a filosofia, como qualquer outra atividade intelectual, deve exigir essa atuação como pressuposto de seriedade daqueles que a ela se dedicam. Nesse domínio, atualmente, os trabalhos verdadeiramente sérios misturam-se às pilhérias que grassam mundo afora a título de teses, axiomas, lições doutrinárias, dirigidas a outra modalidade de cultura, como querem fazer acreditar os seus defensores.
A recusa em distinguir entre o que tem sentido e os meros devaneios também possui uma significação. Com efeito, se houvesse no público a clara consciência dessas diferenças, e se os atuais educadores ao menos tentassem fornecer aos educandos meios intelectuais de reflexão (ao invés de conformarem-se unicamente com os saberes técnicos e utilitários), então, bem provavelmente tal discernimento nos levaria à consciência de que a filosofia da educação (sempre vinculada a certa ética e a determinada política) consiste em atividade intelectual incompatível com a sujeição intelectual e histórica dos educandos.
De qualquer maneira, somente é possível entender a crise da filosofia da educação adquirindo ao mesmo tempo consciência de que a destruição ou o amordaçamento da filosofia só ocorrem porque ela mesma está intelectualmente em crise na sua evolução e, ainda, relativamente aos outros domínios do saber.
(Caos Markus)
terça-feira, 18 de outubro de 2011
SEXTA-FEIRA, 11 DE NOVEMBRO DE 2011: "PERMANÊNCIA JUSTIFICADA"

No veloz e conturbado avanço rumo ao futuro, a História tem registrado a formidável ambiguidade do aclamado e mal compreendido progresso. Em meio a esse desenvolvimento, guerras e fome assolam a humanidade.
Faz-se notar com muita veemência como o espírito técnico liquida o verdadeiro humanismo, campo fértil à ideia da necessidade de regresso às origens da então incipiente sociedade civil.
A justiça, neste contexto, assume inestimável valor, desejado ansiosamente por todos quantos vivem o drama da evolução humana. A justiça observada em seu máximo fulgor, como a iluminar a trajetória dos homens, cuja feição se mostra marcada pelos sofrimentos, temerosos ante a possibilidade presente do extermínio total. E é em meio a tais circunstâncias que a opção aberta aos cientistas é a de superar-se a si mesmo, a fim de responder com sabedoria aos desafios atuais, em especial quando se trata da efetiva consumação dos valores fundamentais do gênero humano.
Assim, também o direito deve ser enaltecido sob esta ótica, posto caber-lhe a incumbência de transformar em realidade o mais expressivo valor representado pela justiça, grandeza apenas mensurável se a ela vincularem-se todos os avanços já feitos ou por fazer, sobretudo os progressos econômicos, através da equanimidade na distribuição da renda às populações do planeta.
Com efeito, impõem-se, por cruciais, os contemporâneos problemas da justiça social, no mais acertado relacionamento entre direito e ideologia, de modo a justificar a permanência do ser humano na terra.
(Caos Markus)
QUINTA-FEIRA: 10 DE NOVEMBRO DE 2011: "APREENSÃO DO TEMPO"

Eis o dilema: como romper o ciclo fatal de uma História que se naturalizou, perdeu seu papel humano, e o de uma natureza hoje artificializada, espectral, alheia ao ser humano que nela vive?
Vitimado pela transcendência de um 'suis generis' expatriamento, o homem atual (desprovido de fundamentação calcada em suficiência racional a garantir-lhe pertencer ao mundo), distante de qualquer estabilidade referencial permanente, duvida da sua própria identidade. Desguarnecido dos princípios lógicos identitários, o indivíduo é forçado a construir sua própria história, repensando a si mesmo enquanto sujeito que deve agir para confirmar-se.
Inserido ou tragado por circunstâncias de tão singular especificidade, a esse homem é indispensável uma outra representação do racional, capaz de reconciliar seus aspectos dominadores e calculistas com sua passividade e receptividade. Ele necessita de uma racionalidade apta a incluí-lo nas incertezas da História.
O enfoque, por efeito, é o redirecionamento da razão fundada no domínio, buscando ampliá-la em sua redefinição, de maneira a abranger suas característica controladoras e emancipatórias.
Apenas uma nova apreensão do tempo, não restrita ao do período histórico progresso, poderá proporcionar a reconciliação do racional com os objetivos dos sentidos.
(Caos Markus)
QUARTA-FEIRA, 9 DE NOVEMBRO DE 2011: "SINONÍMIA"

Não há como admitir uma mesma significação para 'nocividade' e 'malignidade'.
O nocivo pode causar prejuízo. O malígno é sempre prejudicial.
A diferença entre os dois: a consciência. No segundo, o mal, componente do próprio caráter, advém de consciência plena, nos gestos, nas atitudes.
Enquanto a nocividade é potencial, a malignidade é realidade manifesta.
(Caos Markus)
TERÇA-FEIRA, 8 DE NOVEMBRO DE 2011: "INTERIORIZAÇÃO IRRACIONAL"

Hipotética contradição, a razão é autora de toda a produção do irracional. Porque é ela a responsável por manipular homem e natureza exterior com objetivos estritamente egocêntricos, valorizando o quê não passa de antivalor, ou seja, a garantia do 'eu' dominador.
Neste sentido, a ciência regride à mitologia que antes combatera, tornando-se agora fetichista de si própria, abandonando a sua original destinação humana. E ela converteu-se em mitologia por evidência inescusável: não venceu o mito; ao contrário, o incorporou, diluído seu conteúdo através de uma estruturação racionalmente fictícia.
Pagamos o ônus da alienação, o preço da violência histórica consequente da irracionalidade interiorizada na razão.
(Caos Markus)
SEGUNDA-FEIRA, 7 DE NOVEMBRO DE 2011: "A RAZÃO REPRESSORA"

Para que a História possa se subtrair ao massacre a que se intitula "progresso" é necessário o rompimento com tudo o que é histórico, ou seja, com o mal em sua temporalidade. É preciso cindir a noção de história enquanto sucessão de fatos num processo de continuidade marcado pela progresso científico-tecnológico linear, da forma estabelecida pela racionalidade de dominação.
A racionalidade científica, admitida por exclusiva forma de verdade, reprime a sensibilidade, num contexto de outros importantes aspectos da razão. Pois, a sensibilidade implica no 'sensorial', campo onde sensualidade e sensação têm sido compreendidas, pela sociedade repressiva, num absurdo eixo de antagonismos; e, por isso mesmo, preteridas no máximo reducionismo da racionalidade analítica.
Sob o deslumbramento das conquistas técnicas e científicas, no pragmatismo constata-se a regressão da sociedade, confirmada pela frequente periodicidade das recaídas, no auge da civilização, na ignominiosa selvageria, entendida esta na acepção mais vulgar do termo, qual seja, enquanto aberração a qualificar atos e gestos do homem contemporâneo.
(Caos Markus)
domingo, 16 de outubro de 2011
DOMINGO, 6 DE NOVEMBRO DE 2011: "IMAGEM EM AÇÃO"

Jornada sem cortes, muito embora todas as cortes, todavia, não o suficientemente fortes para fossos-fósseis.
Divagar não é devaneio? E fantasia não é imagem em ação? Ou o que é imaginação senão as luzes do pensar? Clareza...? E falar do oculto não é clareza a emergir do suposto obscuro?
(Caos Markus)
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