Uma criança na época da alfabetização já trilhou um caminho linguístico. Numa sociedade mesclada como a brasileira, a escola deve levar em consideração esse conhecimento por ela apresentado, não o desvalorizando e nem querendo substituí-lo às custas de regras inflexíveis.
Um dialeto não é simplesmente um uso errado do modo de falar de outro dialeto. Existem, sim, formas diversas de se expressar.
Falando um dialeto diferente daquele da comunidade onde a escola está situada, ao descobrir o quanto a sua realidade é ali ignorada, a criança sofrerá de fato. Os seus costumes, a maneira de se vestir, falar, andar, todos esses padrões serão destacados entre os colegas de turma, ensejando respeito às suas peculiaridades, jamais podendo ser considerados impedimentos ao progresso intelectual e cultural.
Sujeita, pois, a discriminações, ela deverá ser acolhida pela instituição de ensino, e encorajada a aceitar as novas influências. No entanto, sem que seja induzida a se envergonhar de suas origens, de sua história pessoal.
Infelizmente, nesses casos, no Brasil a escola tende ao menoscabo da bagagem infantil carregada desde o seu meio social, mesmo quando afirma partir do reconhecimento da realidade do aluno.
Na verdade, frequentemente, não se vê preocupação alguma, nem com o cotidiano exterior deste aprendiz nem com a sua pretensão ao ingressar na educação formal. Se a escola ouvisse o que a criança tem para dizer, ficaria surpresa. Dela ouviria verdades, contrárias à retórica dissimulada típica dos adultos.
Atentar para o tipo de comunidade de onde provém a criança, este sim deve ser princípio institucional em Educação. Algumas já tiveram contato com lápis, papel e borracha; enquanto outras sequer viram seus pais lendo um jornal ou uma revista.
A escrita representa face a Humanidade um instrumento fundamental à evolução, isto é, o homem precisa da escrita para também progredir, se comunicar, entender o mundo ao seu redor. E, fundamentalmente, para emitir a sua opinião, descrever e questionar esse mesmo mundo.
Sendo uma conquista cultural e evolutiva, a escrita não é, portanto, inerente à natureza humana, necessitando ser inserida na vida da criança com suas características e significações várias (social, psicológica, política, cultural). Requer, por isso mesmo, especial tratamento na alfabetização.
O professor tem uma tarefa complexa; a informação e as técnicas pedagógicas serão seus efetivos instrumentos de trabalho. Ele deverá fazer uso do saber psicológico, aplicando-o ao seu magistério.
Se deixar as crianças utilizarem, por exemplo, as informações extra-escolares e as suas experiências no uso das letras do alfabeto, isso lhe indicará as variações dialetais da comunidade em que elas vivem, facilitando a integração com o discurso escolar. O professor sensível à identificação de tais nuances, terá, obviamente, oportunas condições de procurar os melhores métodos e técnicas adequados aos seus alunos.
A escola usa e abusa da linguagem a fim de "ensinar" e para deixar bem claro o lugar de cada um na instituição e até na sociedade.
Os livros, os professores e a escola possuem o saber estabelecido. Não raramente, abusam da autoridade moral e disciplinar a qual o aluno é submetido. Situação evidente na dificuldade da grande maioria em resolução de questões formuladas nas provas de avaliação.
O problema não está na falta de conhecimento do aluno, mas sim no impasse linguístico criado na proposição das perguntas apresentadas, isto é, no mau uso do saber por quem deveria transmití-lo e motivá-lo.
A escola proclama o seu mister, o de ensinar. Porém, alheia, mais oculta do que mostra. E cobra das crianças um conhecimento não transmitido.
Para facilitar a leitura, a sociedade achou por bem decidir em favor de um modo ortográfico de escrever palavras, independentemente dos modos de falar dos dialetos, mas que pudesse ser lido por todos os falantes, cada qual ao seu modo . Assim agindo, não se deu conta do absurdo: a linearidade do unânime, sempre precária.
(Caos Markus)
Um dialeto não é simplesmente um uso errado do modo de falar de outro dialeto. Existem, sim, formas diversas de se expressar.
Falando um dialeto diferente daquele da comunidade onde a escola está situada, ao descobrir o quanto a sua realidade é ali ignorada, a criança sofrerá de fato. Os seus costumes, a maneira de se vestir, falar, andar, todos esses padrões serão destacados entre os colegas de turma, ensejando respeito às suas peculiaridades, jamais podendo ser considerados impedimentos ao progresso intelectual e cultural.
Sujeita, pois, a discriminações, ela deverá ser acolhida pela instituição de ensino, e encorajada a aceitar as novas influências. No entanto, sem que seja induzida a se envergonhar de suas origens, de sua história pessoal.
Infelizmente, nesses casos, no Brasil a escola tende ao menoscabo da bagagem infantil carregada desde o seu meio social, mesmo quando afirma partir do reconhecimento da realidade do aluno.
Na verdade, frequentemente, não se vê preocupação alguma, nem com o cotidiano exterior deste aprendiz nem com a sua pretensão ao ingressar na educação formal. Se a escola ouvisse o que a criança tem para dizer, ficaria surpresa. Dela ouviria verdades, contrárias à retórica dissimulada típica dos adultos.
Atentar para o tipo de comunidade de onde provém a criança, este sim deve ser princípio institucional em Educação. Algumas já tiveram contato com lápis, papel e borracha; enquanto outras sequer viram seus pais lendo um jornal ou uma revista.
A escrita representa face a Humanidade um instrumento fundamental à evolução, isto é, o homem precisa da escrita para também progredir, se comunicar, entender o mundo ao seu redor. E, fundamentalmente, para emitir a sua opinião, descrever e questionar esse mesmo mundo.
Sendo uma conquista cultural e evolutiva, a escrita não é, portanto, inerente à natureza humana, necessitando ser inserida na vida da criança com suas características e significações várias (social, psicológica, política, cultural). Requer, por isso mesmo, especial tratamento na alfabetização.
O professor tem uma tarefa complexa; a informação e as técnicas pedagógicas serão seus efetivos instrumentos de trabalho. Ele deverá fazer uso do saber psicológico, aplicando-o ao seu magistério.
Se deixar as crianças utilizarem, por exemplo, as informações extra-escolares e as suas experiências no uso das letras do alfabeto, isso lhe indicará as variações dialetais da comunidade em que elas vivem, facilitando a integração com o discurso escolar. O professor sensível à identificação de tais nuances, terá, obviamente, oportunas condições de procurar os melhores métodos e técnicas adequados aos seus alunos.
A escola usa e abusa da linguagem a fim de "ensinar" e para deixar bem claro o lugar de cada um na instituição e até na sociedade.
Os livros, os professores e a escola possuem o saber estabelecido. Não raramente, abusam da autoridade moral e disciplinar a qual o aluno é submetido. Situação evidente na dificuldade da grande maioria em resolução de questões formuladas nas provas de avaliação.
O problema não está na falta de conhecimento do aluno, mas sim no impasse linguístico criado na proposição das perguntas apresentadas, isto é, no mau uso do saber por quem deveria transmití-lo e motivá-lo.
A escola proclama o seu mister, o de ensinar. Porém, alheia, mais oculta do que mostra. E cobra das crianças um conhecimento não transmitido.
Para facilitar a leitura, a sociedade achou por bem decidir em favor de um modo ortográfico de escrever palavras, independentemente dos modos de falar dos dialetos, mas que pudesse ser lido por todos os falantes, cada qual ao seu modo . Assim agindo, não se deu conta do absurdo: a linearidade do unânime, sempre precária.
(Caos Markus)
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