Exortado em suas origens como afirmação da autonomia individual dos cidadãos e de sua liberdade social, o espírito supostamente emancipador atribuído às novas ciências, foi engendrado -com o desenvolvimento capitalista- em formas engenhosas de instituições absolutas, identificadas tanto no conhecimento pelo conhecimento, e consequente progresso científico, quanto pela técnica como um fim em si mesma.
Ao invés de se fortalecerem perante a natureza e -mediante uma razão forjada no binômio instrumentalidade-experimentalidade- romperem com a tradição e a religião, os sujeitos desta concepção (com o advento e a consolidação da sociedade industrial) foram induzidos a desfrutar de uma falsa iniciativa, porque, norteadas pela lógica do capital, monopolizadora e totalizante, ciência e técnica os distanciaram do caráter, de maneira quase irreversível.
Historicamente, não logrando conciliar experiência científica, expansão tecnológica e liberdade social, esse mesmo raciocínio pretensamente erudito e o senso superveniente (valorizados a partir da Revolução Industrial) revelaram-se, com o tempo, incapazes de neutralizar a angústia da humanidade.
Ao contrário, tal "progresso" comprometeu a independência, posto que o preço desse juízo foi fragilizar os homens ante as instituições políticas e econômicas, ao invés de promover o humano essencial.
(Caos Markus)
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