REMETENTE e DESTINATÁRIO alternam-se em TESES e ANTÍTESES. O ANTAGONISMO das CONTRADITAS alçando vôo à INTANGÍVEL verdade.
domingo, 18 de maio de 2014
SEGUNDA-FEIRA, 26 DE MAIO DE 2014: "AUTENTICIDADE DA CÓPIA DO REAL"
Uma das tarefas mais realizadas no cotidiano da vida é a de avaliar, nos seus mais variados sentidos, desde a análise simples de "que roupa usar para sair", analisando se está frio ou calor, até mesmo no cômputo de quais atividades serão desenvolvidas nesse ou naquele dia. De acordo com as necessidades, possibilidades e desejos, fazendo escolhas, decisões são adotadas, caracterizando uma avaliação informal, consumada, pode-se dizer, automaticamente. Mas existe outra modalidade de estimativa (avaliação formal ou sistemática), regulamentada por diferentes informações. Ela exige objetivos bem definidos, critérios selecionados, e está direcionada ao processo ou resultado de uma situação, atividade ou referência específica, a levar em consideração o contexto onde ela se realiza. Nesta especificidade de julgamento se insere a avaliação educacional.
No sistema educacional ela é usada para a coleta de informes, manipulada em diversos componentes do sistema: os responsáveis pela determinação das políticas educacionais; os diretores de escolas; os professores; e os alunos, em sua tomada de decisões.
Pode ser considerada como um dos temas cuja abordagem sempre requer um exercício de "olhar para o passado" a fim de entender o que reserva o futuro. Enfim, terá de ser o meio de reconhecimento dos caminhos percorridos e da identificação dos trajetos a serem perseguidos.
A atenção dos educadores, políticos e da sociedade em geral volta-se à forte dimensão social e política dos processos avaliativos. Todo esse "olhar interessado" reforça a análise dessa prática como desprovida de neutralidade, marcada, ao contrário, pelo caráter arbitrário da ação educativa, trazendo em sua essência uma maneira rigidamente classificada de conceber o mundo, o indivíduo e a sociedade, condicionando a tomada de decisão no plano das políticas educacionais, e norteando diretrizes da prática pedagógica no âmbito da escolar. Assim, a avaliação não se dá num vazio conceitual; é sim dimensionada por um modelo teórico de mundo e, por efeito, forja um protótipo de educação, traduzido em prática pedagógica.
Sob esta ótica, impõe-se a compreensão dos fundamentos de diferentes padrões de avaliação, identificando em que matriz dogmática eles foram inspirados, quando então, configurando o real, seja possível discutir a necessidade da busca de um novo paradigma.
Analisando as experiências pedagógicas numa perspectiva filosófica, são reconhecidas diferentes posturas assumidas pelos professores, em várias categorias, incluindo, nas práticas de ensino, os métodos de aferição. A relação estreita entre a construção do conhecimento e a mensuração do assimilado pelo aluno garante a influência das concepções dirigidas de aprendizagem nos métodos de exame educacional.
Ora, sob o olhar do empirismo, o conhecimento surge a partir dos saberes acumulados pelo sujeito no decorrer do tempo, utilizando-se da observação, inicialmente, até alcançar a sistematização das ideias.
Esse sujeito, se apartado da sua realidade, não exerce ação sobre o objeto do conhecimento. Ele é então considerado "tabula rasa", indicativa de uma condição onde a sua consciência é desprovida de qualquer gnose inata, comparável a uma folha em branco, a ser preenchida com todas as informações do mundo exterior, impressas através dos sentidos. Assim, a instrução é reduzida ao registro de fatos, simples cópia do real, não obstante a sua falsa autenticidade.
Hoje, entende-se, a avaliação é uma atividade subjetiva, envolvendo, mais do que medir, a atribuição de um valor de acordo com critérios na observação de diversos problemas técnicos e éticos.
(Caos Markus)
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