A partir de duas dinâmicas, a de uma comunicação a se converter em ecossistema e a de uma forte diversificação e descentralização do saber, manifesta-se cada dia mais a “esquizofrenia” cultural contemporaneamente sofrida por muitos cidadãos. Eles estão divididos entre o saber outorgante de um diploma oficial, porta para inserção nos modos habituais de ascensão social e de consecução de um status; e o saber utilizado como aceitação nas novas modalidades do sistema produtivo e inovador da sociedade. Conhecimento este coincidente com o interesse político em formar um cidadão apto à autodeterminação e, por consequência, capacitado à convivência social.
Inovações no campo da Comunicação trazem desafios à Educação, não devendo ser menosprezados quando se pretende seja de fato construída a cidadania.
A ausência tanto dos meios massivos quanto da educação nas normas legais pertinentes à cultura é o indício mais forte da pertinaz “esquizofrenia” da qual padecem a concepção e as políticas oficiais. A mais ingênua explicitação desta “esquizofrenia” corre por conta de própria dicotomia entre o binômio ‘educação-cultura’ e ‘comunicação’.
Os meios massivos de comunicação continuam sendo mal entendidos com qualquer coisa, menos ‘cultura’, embora seja pelo rádio e, sobretudo, pela televisão onde se realizam, hoje em dia, algumas das mais profundas transformações na sensibilidade e na identidade das maiorias. Por isso, não é de estranhar a ausência de um canal com programação cultural durante todo o dia, mas sim apenas alguns programas esparsos, aliás, transmitidos em horário inoportuno à classe trabalhadora, ocupada em madrugar no dia seguinte, para trabalhar. Pois, a qualidade -em padrões de excelência- não será esvaziada ante o mero preconceito de uma intensa comunicação das massas populares.
(Caos Markus)
Nenhum comentário:
Postar um comentário