Em uma perspectiva relativista, cada sociedade traça da demência um perfil que se desenha através do conjunto das possibilidades humanas enfatizadas ou reprimidas culturalmente. Assim, são considerados disparatados os indivíduos cujos comportamentos não se confirmam nas instituições cuja cultura os reprime e expurga. A insânia é variável tanto quanto variam os costumes. Mas é o afastamento do padrão cultural a essência das diversas manifestações mórbidas. E aí está o paradoxo dessa perspectiva.
O relativismo em nosso cotidiano cada vez mais é confundido com uma atitude aberta, ocultando uma crítica à abordagem etnocêntrica. Ou seja, reduzir a natureza própria da loucura a um mero desvio é tornar universal uma visão cultural particular.
(Caos Markus)
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