Ao adotar-se o pressuposto de que todo e qualquer organismo pode ser conduzido a agir mediante condicionamento, esta conjectura torna-se facilmente assimilável por aqueles que vêem a educação como um arranjo de estímulos ambientais dispostos corretamente para reforçar respostas adequadas. Os educadores que enfatizam a importância dos meios instrucionais e do compromisso primordial com produtividade e eficiência, assumem tal inferência como valiosa contribuição para deixar de lado quaisquer considerações relativas a fenômenos subjetivos.
A rejeição da possibilidade de investigar o universo psicológico invisível e a ênfase no controle dos organismos humanos levam à visualização da possibilidade de se constituir uma ciência planificadora da ordem social, em cujas mãos estaria a potencialidade para reorganizar toda a cultura. É reconhecida, então, a concepção dogmática emergente de uma análise científica como desagradável à maioria dos indivíduos afetados pelas filosofias democráticas.
De fato, a pretendida "planificação" tem sido fartamente utilizada por doutrinas educacionais fortalecedoras das instituições de ensino, tornando-as analisáveis enquanto estruturas organizacionais, mas que enxergam o indivíduo na condição de simples elo funcional numa cadeia de ações coordenadas com vistas à produtividade do sistema. No bojo das 'filosofias da eficiência' (onde a educação escolar torna-se uma área suscetível de previsão, intervenção e aperfeiçoamento, quando são necessários dados observáveis ou manifestos que possam indicar as direções a seguir e se as direções desejadas foram seguidas), delimita-se o ambiente do condicionamento, refletido, principalmente, nos currículos escolares, desde o ensino básico até o de graduação superior.
Transportada para o interior da instituição educacional, a ordem social e política converte-se em rigorosos e rígidos ordenamentos dos conteúdos a serem ensinados; a transmissão do conhecimento é mantida sob estrito controle; os valores morais presentes nos saberes ensinados são transformados em comportamentos observáveis, mensuráveis, objetivamente apreensíveis, como garantia de resultado do processo de aprendizagem.
(Caos Markus)
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