O currículo tradicional, baseado na divisão de disciplinas, adotado pela maioria das escolas, surgiu na década de 20, nos Estados Unidos. O número de publicações e os meios de divulgação de conhecimentos aumentou drasticamente. O resultado foi uma compressão absurda de informações, com sobrecarga do cognitivo e pulverização do conhecimento. Dois dos principais problemas desse método hoje clássico são a falta de integração entre as disciplinas, principalmente entre as básicas e as específicas, além da excessiva autonomia do docente frente à sua disciplina. As formas de controle desta autonomia raramente conseguem impedir os docentes de incorporarem, a cada ano, mais conteúdo, de forma indisciplinada e aleatória. As avaliações, acompanhando estes problemas, são muito frequentes, geralmente restritas à esfera cognitiva, coordenadas apenas pelo docente responsável por sua formulação, segundo seu próprio critério de importância.
Desde a década de 50, currículos alternativos têm sido propostos para controlar estes males, geralmente com pouco sucesso e vida mais ou menos efêmera. Há, hoje, um consenso entre os educadores: o aprendizado deveria ser mais centrado no aluno, dispondo então de maior carga horária destinada a atividades de pesquisa e de estudo.
A partir da década de 70, surgiu uma melhoria do conhecimento da psicologia do aprendizado, mostrando a importância de sua participação ativa na incorporação do conhecimento, da sua experiência prévia e do uso desta experiência como elemento motivador ao aprendizado.
A fisiologia da memória e seu desenvolvimento recente favoreceu também a compreensão da importância da experiência prévia na aquisição de novos conhecimentos.
A metodologia da aprendizagem se desenvolve, então, neste contexto, e acompanhando suas mudanças. O aluno é levado a definir objetivos de aprendizado cognitivo sobre os temas do currículo. Esse currículo terá por objetivo apresentar seus conteúdos ao aluno de modo integrado e integrador de conhecimentos.
O primeiro momento do currículo é a determinação de suas finalidades, do que se deseja: O currículo deve formar, no ensino médio, uma visão geral, um indivíduo preparado ao ingresso num curso de graduação? Um sujeito apto a iniciar uma carreira profissional? Ou uma mescla dessas finalidades? Quais habilidades o aluno deve apresentar ao fim do curso? Quanta ênfase deve ser dada a aspectos éticos e de comunicação com o aluno?
Com base nestas definições prepara-se um elenco de situações para o aluno 'saber/dominar'.
Este elenco é analisado situação por situação, determinando-se que conhecimentos o aluno deverá possuir para cada uma delas. Este elenco constitui os 'temas de estudo', agrupados, por afinidades, em 'módulos temáticos'. Cada tema, quando se referir à esfera cognitiva, será transformado em um problema objeto de debate num grupo de monitores.
Estágios em serviços de graus variados de complexidade são programados para as várias fases do curso.
Em um currículo no qual se pretenda uma visão geral, são consideradas as realidades mais prevalentes na região onde o aluno irá atuar, e nas 'práticas/habilidades' que deverá possuir.
O currículo deve ser revisto permanentemente, a partir da retroalimentação feita a uma 'comissão de currículo', pelos monitores de estágio e pelas avaliações cognitivas e de habilidades.
O rodízio regular entre os demais membros da escola é indispensável nessa comissão.
Geralmente, a substituição não será, de início, completa, mas parcial, de modo a, paulatinamente, toda a comissão ser, enfim, substituída. Isso a ela garantirá integrar indivíduos experientes convivendo com novos membros e, por efeito, o trabalho de revisão permanente do currículo terá continuidade. Pois, somente através da mobilidade é possível determinar o binômio 'evolução-progresso'.
(Caos Markus)
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