A classificação cientificamente sistematizada do processo 'ensino-aprendizagem' constitui-se em uma estrutura de organização hierárquica dos objetivos educacionais. Resultado do trabalho de uma comissão multidisciplinar de especialistas, esse agrupamento de categorias, não obstante seus aproximadamente sessenta anos, ainda hoje é vigente, face a sua solidez de princípios. Divide as possibilidades de aprendizagem em três grandes domínios:1) o cognitivo, abrangendo a aprendizagem intelectual; 2) o afetivo, abordando os aspectos de sensibilização e gradação de valores; 3) o psicomotor, compreendendo as habilidades de execução de tarefas relacionadas ao organismo muscular.
Cada um destes campos possui diversos níveis de profundidade de aprendizado. Por isso, a classificação é denominada 'hierarquia', pois a cada gradação, maior é a complexidade e a especificidade.
O terceiro âmbito não foi terminado, e o primeiro apenas foi implementado em sua totalidade, sem, no entanto, prognosticar requisitos de sua efetividade.
As habilidades no domínio cognitivo tratam de 'conhecimento', 'compreensão' e o 'pensar' sobre um problema ou fato, conforme as seguintes proposições.
Pelo 'conhecimento', o exercício da memorização de situações particularizadas, dos padrões de procedimento e dos conceitos.
A 'compreensão' imprime significado, traduz, interpreta contextos, instruções, e os extrapola.
Através da 'aplicação', é utilizado o aprendizado em novas perspectivas.
A 'análise' verifica elementos, constata relações e reflete princípios de organização.
A 'síntese' estabelece padrões.
Na 'avaliação', o julgamento baseado em evidência interna ou em critérios externos.
O domínio afetivo considera as reações de ordem sensorial, incluindo a empatia. É dividido em cinco níveis, consoante a graduação a seguir.
I- recepção: percepção, disposição para receber e atenção seletiva.
II- resposta: participação ativa, disposição para responder e satisfação em responder.
III- valorização: aceitação, preferência e compromisso (com as percepções valorizadas).
IV- organização: conceituação de valor e organização de um sistema de valores.
V- internalização de valores: comportamento dirigido por grupo de preceitos, comportamento consistente, previsível e característico.
O domínio psicomotor, nesse ordenamento, ocupa-se das habilidades referentes à manipulação de ferramentas ou objetos, debatendo percepção, resposta conduzida, automatismos, respostas complexas, adaptação e organização. Uma das questões ainda pendentes é a existência ou não de uma escala estrita e sequencial. A classificação, posteriormente revisada, apresenta mudanças. Dessas alterações, a de intensificada expressividade é situar 'síntese' em nível acima de 'avaliação'. E há uma idônea justificativa na identificação de tal necessidade: sem o adequado processamento da síntese, a avaliação será aleatória, incapaz, portanto, de aferir a veracidade e, obviamente, a credibilidade da metodologia coordenada.
(Caos Markus)
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