A inteligência deve ser considerada em uma relação contextual, isto é, num contexto do mundo real. Neste sentido, ela está vinculada ao significado da vida cotidiana, na adaptação, modificação e seleção destes contextos, de forma organizada e planejada pelo sujeito. Considerar a inteligência em relação ao 'contexto social', em todo seu dinamismo, impõe a necessidade de ampliação das abordagens respectivamente às suas mensurações. Desta forma, a inteligência entra no mundo real, seja este a escola ou o mundo de trabalho. Assim, ela deixa de ser medida somente em testes, para buscar resposta e solucionar problemas nas diferentes situações da vida cotidiana.
A maioria das pessoas, em suas variadas formações, níveis de conhecimento e classes sociais, demonstra, de maneira implícita ou explícita, a 'inteligência' enquanto um 'valor'. Sendo um 'valor', é algo pensado, refletido e hierarquizado na ordem de valores individuais, ou seja, deve ser cuidado, reconhecido, pois o mundo caminha, se constrói e se destrói pela inteligência dos seres humanos, destacando-se como esta inteligência possa ser a favor ou contra todo o grupo social e contra si própria.
A inteligência deixa de ser faceta singular do caráter individual, alcançando então um 'bem social', propriedade de todos, devendo o seu uso ser encorajado e desenvolvido o mais plenamente possível.
Aplicar conceitos gerais sobre motivação humana no ambiente escolar não é apropriado sem a consideração das peculiaridades deste ambiente. Com efeito, a motivação influencia sobremaneira o aluno na utilização das suas capacidades, além de refletir na percepção pessoal, causa precípua da atenção pré-estabelecida em direção ao comportamento social, envolvendo multiplicidade de aspectos, do emocional, à aprendizagem e desempenho.
As abordagens sócio-cognitivistas da motivação têm demonstrado a existência de duas orientações motivacionais: a intrínseca e a extrínseca. A motivação intrínseca configura-se como uma tendência natural da pessoa buscar novidades e desafios. O indivíduo realiza determinada atividade pela própria causa, por considerá-la interessante, atraente ou geradora de satisfação. É uma orientação notada pelas características da autonomia do aluno e da auto-regulação de sua aprendizagem. E como toda 'orientação', pressupõe a efetividade de uma motivação externa, responsável pela harmonização dessa dualidade.
Só a partir da visão integrada do ser humano, é possível compreender as chamadas 'manifestações inteligentes', sem olvidar, jamais, a influência do afeto e do meio onde ela se manifestam evidenciam.
Os aspectos cognitivos, criativos e afetivos estarão sempre presentes na produção intelectual de um sujeito dessa complexa, porém não prolixa, relação. E, efeito cuja origem reside nessa prática, será facilmente observado o 'caráter da inteligência' através do ato de criar e transformar a realidade.
(Caos Markus)
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